JOGOS NO REI PELÉ
MP firma TAC com órgãos públicos, clubes e torcidas organizadas para 2026
Cadastro será obrigatório para todos os torcedores que quiserem entrar no estádio
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para o Campeonato Alagoano de 2026 já está definitivamente assinado e tanto os clubes quanto as torcidas organizadas têm novidades distribuídas, em cláusulas, que devem ser rigorosamente cumpridas para evitar punições. Além do Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da 37ª Promotoria de Justiça da Capital (do Juizado do Torcedor), oficiais do Comando de Missões Especiais (da Polícia Militar) e delegados da Polícia Civil designados para integrar uma comissão que atuará, exclusivamente, em casos que envolvam o futebol, fizeram explanações. FAF, Selaj, administração do Rei Pelé entre outros participaram da audiência.
“Anualmente o Ministério Público reúne os órgãos ligados à segurança e ao esporte, a federação, os principais clubes de Alagoas e as torcidas organizadas para definir metas. O objetivo é dar ciência a todos fazendo com que assumam os compromissos estabelecidos e no ano que vem tenhamos eventos pacíficos, com a participação de famílias inteiras, crianças e idosos no estádio de futebol sem riscos. A Polícia Militar, mediante os acontecimentos em 2025, sentiu a necessidade de mudar, preventivamente, algumas coisas e entendemos que é viável e trará ganhos para todos”, ressalta o promotor Sílvio Azevedo, titular da 37ª PJC.
Entre as novas regras ditadas para o ano de 2026 está o cadastro de todos os torcedores que queiram adentrar no estádio e não somente os das torcidas organizadas.
“A partir do ano que vem torcedor organizado terá cadastro, de modo igual, o sócio-torcedor e quem compra ingresso a vulso também. De forma que só adentrará no estádio se, na catraca, no reconhecimento facial, tiver cadastro prévio. A iniciativa é pensando na segurança de todos, inclusive para respaldar o nosso trabalho como polícia militar, porque a cada problema que a gente tiver vai ser muito mais fácil identificar quem participou. Outra informação é que haverá dupla revista nas rampas de acesso ao estádio, pois, apesar de todas as estratégias já adotadas e da vigilância durante o acesso, a cada jogo são feitos, pelo menos, cinco TCO’s de torcedores que entram no estádio com drogas”, esclarece o major PM Heitor.
Para inibir o consumo de droga nas arquibancadas, a Polícia Militar decidiu mudar o Modus Operandi e, em vez, de perfilar a tropa na pista, distribuir as guarnições entre os torcedores, inclusive passando com cães farejadores. Outra modificação será em relação às vistorias feitas nos carrinhos dos ambulantes, ficou acordado que, depois de acontecer, o proprietário não poderá mais sair e pegar qualquer produto.
Em 2026 nenhuma torcida organizada de Alagoas poderá usar uniforme de times de fora, para entrar no Trapichão dando suporte aos aliados visitantes. Para a PM essa é uma forma de camuflagem para afrontar torcidas que consideram rivais, o que tem causado muitos transtornos e culminado em violência. Pelo TAC, só será permitida às torcidas do CSA e CRB irem ao estádio em dias de jogos dos seus times. E em dias de clássico, as torcidas do CSA e CRB apenas a sede do clube mandante poderá ser aberta e nenhuma delas poderá realizar qualquer evento.
O delegado Bruno Tavares, que esteve acompanhado da delegada Bárbara Porto na reunião, fez uso da palavra para se apresentar
“Não tenham as instituições como algozes, como rivais, como ameaças, mas como colaboradoras para a gente preservar esses dois grandes ativos que o estado de Alagoas tem, que é poder promover jogos com as duas torcidas do estádio e ter o calendário cheio o ano todo, fomentando turistas, todas as pessoas, todas as classes sociais, todas as faixas etárias. Que o estádio rei pelé seja o símbolo dessa forma de conjugar um discurso uníssono da sociedade alagoana e não de divergência. Esse é o apelo que a polícia civil faz . O delegado-geral Gustavo Xavier passou essa missão para essa comissão de delegados, eu e a delegada Bárbara, para que desde aquele episódio do CSA e o Ituano estejamos à frente desse processo”, delegado Bruno Tavares.



