Deputado Da Cunha é acusado de espancar a companheira até ela desmaiar

O deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP), conhecido como youtuber e delegado Da Cunha, enfrenta acusações de agressão por parte de sua companheira em seu apartamento em Santos, no litoral de São Paulo. Nesta terça-feira, 17, No boletim de ocorrência, a nutricionista Betina Grusiecki alega lesão corporal, ameaça, injúria e violência doméstica. O deputado nega as alegações.

O incidente ocorreu no apartamento de um condomínio na Rua Ricardo Pinto, no bairro Aparecida. A mulher, de 28 anos, relatou à Polícia Civil que mantém uma união estável com o deputado há três anos e que vivem juntos. Segundo o relato dado às autoridades, Da Cunha iniciou uma discussão com sua companheira após consumir álcool no sábado (14) e, em determinado momento, passou a proferir xingamentos, chamando-a de "lixo" e "putinha".

Em seguida, o delegado partiu para as agressões. A vítima alega ter desmaiado depois que Da Cunha apertou seu pescoço e bateu sua cabeça contra a parede. Ela afirmou que, ao recobrar a consciência, viu o homem se dirigir novamente a ela. Para se defender, lançou um secador de cabelo nele. O deputado voltou a bater a cabeça de sua companheira na parede e fez ameaças, incluindo a de matar tanto ela quanto sua mãe. Após isso, quebrou seus óculos e destruiu suas roupas, conforme consta no boletim de ocorrência.

O documento da Polícia Civil também menciona que a vítima estava ciente do histórico de agressões de Da Cunha em relação a sua ex-companheira. Ela solicitou uma medida protetiva e foi informada sobre seus direitos. A assessoria de imprensa do deputado Da Cunha divulgou um comunicado afirmando que ele nega enfaticamente ter agredido sua companheira. "Houve uma discussão durante a comemoração de seu aniversário, mas em nenhum momento houve qualquer tipo de violência física por parte dele", afirma o comunicado. A defesa ainda ressalta que os fatos serão esclarecidos no decorrer do inquérito.

Em 2022, Da Cunha foi eleito deputado federal por São Paulo, conquistando o 24º lugar entre os candidatos mais votados, com um total de 181.568 votos pelo Progressistas. O delegado ganhou notoriedade na internet com vídeos que mostram operações policiais e a rotina dos agentes. Em 2021, ele relatou em seu canal no YouTube que foi afastado das ruas e obrigado a entregar suas armas e distintivo devido a um comentário feito durante sua participação em um podcast com o vereador e ex-policial militar Gabriel Monteiro (PSD). Na ocasião, ele afirmou que havia corrupção de alto escalão na Polícia Militar do Rio de Janeiro, além de mencionar a existência de "ratos" dentro da Polícia.

No mesmo ano, ele pediu uma licença de dois anos da Polícia Civil e, pouco tempo depois, admitiu publicamente que encenou um vídeo de um suposto sequestro em uma comunidade na capital paulista, ocorrido em julho de 2020. Em 2023, as armas e distintivos de Da Cunha foram devolvidos ao deputado.

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