Saúde animal
Pesquisa: 87% dos tutores não vacinam animais domésticos no Nordeste
Baixa cobertura vacinal na região atinge níveis acima da média nacionalUm estudo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sidan) revelou que cerca de 87% dos nordestinos que são tutores de pets não vacinam seus bichos de estimação, indicador que está acima da média do Brasil (85%).
No caso do Nordeste, apesar da situação pior comparada à média do país, o quadro ainda é menos crítico que nos estados do Norte, onde o percentual de tutores desatentos à imunização de seus pets chega a 92%.
Apesar das peculiaridades regionais, os resultados do levantamento setorial apontam para um problema nacional grave do ponto de vista da segurança sanitária. Isso porque o controle das doenças infecciosas exige que, pelo menos, 70% dos animais estejam protegidos com a vacinação em dia, garantindo assim, a chamada “imunidade de rebanho”.
“Quanto maior o número de animais vacinados em uma população, menor a chance de transmissão de doenças”, destaca a veterinária Marina Bonfim.
A especialista frisa que entre as doenças mais comuns que podem ser evitadas pela imunização de animais de estimação estão a cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, leptospirose, raiva e enfermidades associadas a vírus respiratórios.
Marina Bonfim destaca que a orientação sobre a importância da imunização é fundamental, especialmente no caso dos tutores de primeira viagem.“Esse público geralmente ainda está numa fase inicial de conscientização e deve ficar bastante atento às indicações e ao calendário vacinal específico para cada animal até que essas informações sejam incorporadas à rotina, da mesma forma que acontece com os pais de primeira viagem, no caso dos bebês”, ressalta.
Cuidados no 1º protocolo vacinal
A veterinária explica também que "cada pet tem um estilo de vida e um histórico materno diferente”. “Por isso, é essencial um nível de zelo máximo com o cronograma vacinal e que precisa ser redobrado nos casos em que não se conhece a mãe do seu doguinho ou bichano”, alerta.
Segundo a executiva, o histórico contribui para identificar se a mãe possuía um esquema vacinal adequado, capaz de gerar anticorpos transmitidos pela amamentação. “O período de atividade desses anticorpos também pode variar, o que reforça o papel crucial das vacinas nas primeiras semanas de vida do pet”, pontua.
Nessa fase, o animal passa por uma janela de maior suscetibilidade às infecções que vai da 8ª à 16ª semana de vida. Nesse período, os anticorpos que vieram da mãe caem abaixo do nível de proteção e a imunização se torna questão de sobrevivência do seu pequeno companheiro.
Por isso, o tutor precisa cumprir rigorosamente o calendário vacinal ao longo de toda essa etapa e o veterinário responsável por seu novo amiguinho vai orientá-lo sobre o momento adequado para iniciar a vacinação e encerrar esse primeiro protocolo, de forma a garantir a melhor cobertura.