O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), escolheu nesta terça-feira (7) o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para ser o relator do projeto que propõe a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais e o aumento da tributação sobre rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil. O nome de Calheiros já era cogitado para cuidar do assunto, mas ainda não havia sido formalmente confirmado.

O projeto, uma das principais promessas de campanha do governo Lula, foi aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados com apoio unânime de 493 parlamentares, sem nenhum voto contrário. A pauta ganhou atenção após o desgaste político causado pela PEC da Blindagem e pela anistia bolsonarista.

Renan Calheiros é ex-presidente do Sendo e atual presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O senador alagoano vai cuidar do projeto relatado pelo seu principal adversário político no Estado, o deputado e ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em entrevista a jornalistas, Alcolumbre explicou que a isenção do IR vai tramitar somente na CAE. Antes da aprovação do projeto que isenta quem ganha até R$ 5.000 de declarar IR, na Câmara, Renan chegou a pautar, relatar e aprovar um projeto alternativo na comissão, em crítica à demora do parecer de Lira em chegar ao plenário da Casa Baixa.

A jornalistas, Renan voltou a criticar a demora da Câmara e disse que, no Senado, deverá ser votada em 30 dias e que irá se esforçar para que o projeto não volte para a Casa Baixa, onde foi usada ” instrumento de chantagem contra o governo e contra a pauta legislativa”.

Atualmente, a tabela do Imposto de Renda funciona de forma progressiva. Ou seja, conforme o valor da renda aumenta, o contribuinte passa a pagar um imposto maior sobre aquela parcela de rendimentos. Pela tabela atual, quem ganha até R$ 3.036 está isento. A partir daí, a tributação começa a incidir em "faixas", que chegam a 27,5% de imposto.