Economia

Governo Lula propõe salário mínimo de R$ 1.627 para 2026

Novo valor é menor que o projetado anteriormente, de R$ 1.631, por causa da inflação mais baixa
Por ICL Notícias 01/12/2025 - 14:31
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Proposta do valor do salário mínimo foi alterado por queda na inflação
Proposta do valor do salário mínimo foi alterado por queda na inflação

O governo do presidente Lula (PT) revisou para baixo a projeção do salário mínimo de 2026, que passou de R$ 1.631 para R$ 1.627. A atualização está ligada ao comportamento da inflação, que deve encerrar o ano abaixo das previsões iniciais, influenciando diretamente a fórmula de reajuste do piso salarial.



A nova estimativa foi apresentada em documentos enviados ao Congresso pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, que servem de base para a análise da proposta de Orçamento do próximo ano.

Segundo o PLOA (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, o salário mínimo deverá atingir R$ 1.630, representando um aumento nominal de 7,37% em relação ao valor atual de R$ 1.518.

O reajuste considera a projeção de 4,76% para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para os 12 meses encerrados em novembro, acrescido do teto de crescimento de gastos de 2,5% acima da inflação, conforme estabelece o arcabouço fiscal.

Projeções futuras para o salário mínimo


O PLDO também apresenta projeções preliminares para os anos seguintes: R$ 1.724 em 2027, R$ 1.823 em 2028 e R$ 1.925 em 2029. Esses valores podem ser revisados nos próximos projetos de lei.

Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2003 e 2016, o salário mínimo teve aumento real de cerca de 77%. Em contraste, o período pós-2016 foi marcado por estagnação e perda do valor real, especialmente nos governos Temer e Bolsonaro, quando o mínimo foi reajustado apenas pela inflação.

Em 2023, com o retorno de Lula à presidência, foi retomada a política de valorização real, prevendo aumentos acima da inflação com base no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Inclusive, essa medida foi oficializada pela Lei nº 14.663/2023, sancionada em agosto daquele ano. Porém, cortes de gastos implementados em 2025 limitaram o crescimento real a 2,5%.

Segundo o Ministério do Planejamento, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo representa um impacto de cerca de R$ 400 milhões no Orçamento, afetando benefícios da Previdência Social, abono salarial, seguro-desemprego, o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e outras despesas. A Previdência, por exemplo, contabiliza alta de R$ 115,3 bilhões nos gastos e ganhos de R$ 71,2 bilhões na arrecadação.

A prévia da inflação medida pelo IPCA-15 indicou alta de 0,20% em novembro, acumulando 4,5% em 12 meses — dentro do limite da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A definição final do salário mínimo depende da divulgação do INPC, prevista para 10 de dezembro, podendo confirmar um reajuste de cerca de 7,2% em relação ao piso atual.

O Ministério do Planejamento esclareceu que a redução na projeção do salário mínimo não implica, por si só, cortes automáticos nos benefícios. A decisão sobre ajustes nos gastos previdenciários e sociais caberá ao Congresso durante a tramitação do projeto de Orçamento.


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