CORONAVÍRUS

Aceleração de contágios na Espanha alarma Europa sobre segunda onda

Por Com El País 27/07/2020 - 16:02

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País tem a quinta maior incidência do continente, muito superior à do Reino Unido e França
País tem a quinta maior incidência do continente, muito superior à do Reino Unido e França

O ritmo de contágios cresce na Espanha. Isso já vinha sendo observado há quatro semanas, mas se intensificou nos últimos dias. No tabuleiro europeu, proporcionalmente à população, a Espanha ocupa agora o quinto lugar em incidência do coronavírus, atrás de Luxemburgo, Romênia, Bulgária e Suécia. Segundo os últimos dados do Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC), de 25 de julho, a Espanha tem 39,4 casos por 100.000 habitantes (incidência acumulada nos 14 dias anteriores). 

O Reino Unido, que no domingo decretou a quarentena forçada para qualquer pessoa que chegue da Espanha, dando com isso o tiro de misericórdia na temporada turística do país mediterrâneo, está em 14,7. A situação britânica é similar à da França (14,6) e, em comparação à Alemanha (7,7 por 100.000), a Espanha tem o quíntuplo de contágios.


Os outros Governos da União Europeia se olham no espelho da Espanha porque, embora estejam em melhor situação, a maioria viu nas últimas semanas um recrudescimento dos casos e um número cada vez maior de novos focos em seus territórios. Os Estados se debatem entre a abertura de suas economias e a imposição de novas restrições, num delicado equilíbrio que começa a derivar em medo de uma segunda onda.

A Bélgica anunciou nesta semana novas restrições ao comprovar que os contágios aumentam (21,2 casos por 100.000 habitantes): a máscara será obrigatória em mais lugares, como em ruas movimentadas e feiras livres, e quem voltar de férias deverá notificar às autoridades com 48 horas de antecedência. A curva também é ascendente na França, que na sexta-feira notificou 1.130 novos casos. 

Não foi só o Reino Unido que tomou medidas para se proteger da Espanha. Assustados por suas próprias cifras de contágios em ascensão, vários países tratam de evitar novas entradas do vírus por suas fronteiras. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, recomendou “encarecidamente” à população que não viaje à Catalunha, região que é o novo epicentro da epidemia na Espanha. A França acaba de estabelecer a obrigatoriedade de exames a cidadãos provenientes de 16 países (entre eles o Brasil e os Estados Unidos) para demonstrar na sua chegada ao aeroporto que não são portadores do vírus. 

A Noruega, como o Reino Unido, decretou uma quarentena de 10 dias para quem chegar da Espanha (entre outros países) e recomendou à sua população que não viaje ao país ibérico. A Irlanda anunciou em 22 de julho uma lista verde de países dispensados da quarentena de 14 dias, mas não incluiu a Espanha, por isso os viajantes procedentes desse país continuam precisando se isolar por duas semanas.

A Bélgica, que vê aumentar o número de casos especialmente na faixa etária dos 20 a 30 anos, deu um passo além e proibiu viagens não essenciais às províncias espanholas de Lleida (na Catalunha) e Huesca (em Aragão). Além disso, desde 24 de julho recomenda quarentena a uma série de países que estão numa lista laranja, entre eles certas regiões da Espanha: Aragão, Catalunha, Extremadura, La Rioja, Navarra e País Basco. A Holanda aconselhou seus cidadãos no sábado a não viajarem para Lleida se não for absolutamente necessário. No domingo, a Polônia recomendou à sua população que evite visitar a Catalunha.



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