IBGE

Em Maceió, um em cada quatro moradores vive em imóvel alugado

Especialista aponta que afundamento do solo é o principal motivo do aumento na busca por aluguel
Por Adja Alvorável 21/12/2024 - 06:00

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AFRÂNIO FILHO
Bairros populosos que se tornaram uma região fantasma
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Em Maceió, um em cada quatro moradores (29%) vive em imóvel alugado, segundo dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A porcentagem é maior que a registrada no Censo anterior, de 2010, quando 26% moravam nessa condição.

Em números totais, dos 953.313 moradores da capital alagoana, 279.772 moram em imóvel alugado.

O aumento do custo de vida e inflação, a dificuldade de financiamento, o crescimento do mercado de alugueis e a pandemia de covid-19 podem ser apontados como fatores que impulsionaram a transformação no mercado imobiliário em várias regiões do Brasil.

Em Maceió, entretanto, o desastre socioambiental causado pela Braskem teve um peso único, segundo avaliação do presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de Alagoas (Sindimóveis-AL), Vicente Lopes.

O deslocamento forçado de milhares de famílias e o colapso de imóveis em bairros inteiros não apenas pressionaram o mercado de alugueis, mas também diminuíram a quantidade de propriedades quitadas: dez anos atrás, 62,3% moravam em imóvel próprio já quitado. No Censo 2022, essa porcentagem caiu para 55%.

“A questão da alta do aluguel foi a tragédia da Braskem. Inclusive, foi a causa dos altos valores de aluguel que se encontram hoje”, afirma Lopes. “Até porque os moradores tiveram que aguardar pelos recebimentos da Braskem, eu mesmo fiz vários laudos de avaliações para as pessoas apresentarem à justiça para liberação do dinheiro”, completa.

Já a porcentagem de pessoas com imóvel próprio em aquisição subiu de 5,8% registrados no Censo 2010 para 11% no Censo 2022, o que sugere uma maior adesão ao financiamento habitacional.

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