SAÚDE PÚBLICA
Governo abre 62 leitos em Maceió para suprir demanda por partos no SUS
Medida acontece após suspensão de atendimentos pela maternidade Nossa Senhora da Guia
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) anunciou, nesta sexta-feira, 23, a abertura de 62 novos leitos materno-infantis em Maceió para garantir a assistência às gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida é uma resposta à descontinuidade dos atendimentos na unidade Nossa Senhora da Guia, da Santa Casa de Misericórdia, que decidiu suspender temporariamente a realização de partos a partir desta mesma data.
Segundo a Sesau, a reestruturação da Rede Materno-Infantil ocorre de forma rápida e estratégica para evitar transtornos às gestantes e assegurar o acolhimento no momento do parto. Dentre os leitos que serão disponibilizados, 35 serão criados em unidades estaduais e 27 no Hospital Veredas, por meio de uma nova parceria firmada com o governo.
Como parte das medidas emergenciais, estão previstos:
- Ampliação imediata de 10 leitos no Hospital da Mulher Nise da Silveira;
- Expansão operacional de 15 leitos na Casa de Saúde Santo Antônio, voltada ao atendimento de gestantes de risco habitual;
- Redefinição da pactuação com o município de Maceió para absorção da demanda, com abertura de mais 10 leitos.
Com essa reorganização, a Sesau espera suprir a ausência dos 35 leitos obstétricos anteriormente operados pela unidade Nossa Senhora da Guia. A pasta também convocou a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió para uma reunião técnica, com o objetivo de alinhar fluxos, pactuações e estratégias de redistribuição das gestantes na capital.
Atualmente, o Estado já mantém duas maternidades públicas em operação em Maceió:
- O Hospital da Mulher, que dispõe de 50 leitos, e passará a ter 60;
- A Maternidade Escola Santa Mônica, com 55 leitos maternos e 5 de UTI materna, totalizando 60.
A necessidade de reorganizar a rede surgiu após a Santa Casa de Maceió informar a suspensão temporária dos partos realizados pela unidade Nossa Senhora da Guia, dedicada exclusivamente ao SUS e responsável por cerca de 27% dos nascimentos registrados na capital.
A Santa Casa alega que a decisão foi motivada pela falta de repasses financeiros relacionados ao Programa de Fortalecimento da Rede Materna e Infantil (PROMATER). Segundo a instituição, a situação se tornou insustentável sem a regularização dos incentivos, mesmo após tentativas de manter os atendimentos.
Apesar do impasse, o governo do Estado garantiu que nenhuma gestante ficará sem atendimento e que todos os esforços estão sendo realizados para manter o funcionamento pleno e seguro da rede obstétrica estadual.