MACEIÓ

"Gente chorando e em pânico”, diz funcionário de fábrica que pegou fogo

Trabalhador da Ultraplast relatou ao EXTRA momentos de desespero durante incêndio em Maceió
Por Larissa Cristovão - Estagiária sob supervisão 10/10/2025 - 21:15
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Reprodução
Combate a incêndio em fábrica de Maceió já dura cinco horas
Combate a incêndio em fábrica de Maceió já dura cinco horas

Em entrevista ao EXTRA, um funcionário da fábrica Ultraplast, que preferiu não se identificar, contou os momentos de pânico vividos pelos trabalhadores durante o incêndio de grandes proporções que atingiu o galpão da empresa, no Distrito Industrial de Maceió, na tarde desta sexta-feira, 10.

“Era por volta das 13h45 ou 13h50 quando tudo começou. Eu não vi exatamente onde o foco do incêndio se iniciou nem o que o causou. Eu estava executando minha função quando o pessoal da brigada começou a evacuação do local", relatou. "Vi uma cortina de fumaça, não estava totalmente preta, mas já estava ficando escura. Aí, quando olhei pro lado, a brigada tava mandando evacuar e a sirene tocando bem alto".

O fogo se espalhou rapidamente dentro da empresa, enquanto uma densa nuvem de fumaça preta toma conta do galpão e se espalhou por diversos bairros da parte alta da capital, como Santa Lúcia e Osman Loureiro, e pôde ser vista a longa distância.

“Mesmo sabendo do perigo que estávamos correndo, consegui manter a calma. Pensei em sair pelos fundos, mas, ao ver meu conferente correndo pela frente, fiz o mesmo. Vi muita gente desesperada, chorando e em pânico. Foi nesse momento que avisaram sobre o risco de explosão, pois o fogo estava se aproximando”, afirmou.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e enviou nove viaturas, 25 militares e dois drones de salvamento para conter as chamas. Equipes de forças de segurança, da Defesa Civil e do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) também foram acionadas ao local.

"O Corpo de Bombeiros chegou ao local para conter as chamas, enquanto nós já estávamos a uma distância segura da empresa. Graças a Deus, quando estávamos saindo, a Polícia Escolar e a Polícia Civil estavam passando pela rua e ajudaram na evacuação da pista, porque havia muitos carros, motos e caminhões saindo. Meu colega não conseguiu tirar a moto a tempo, acho que várias pessoas não conseguiram retirar seus bens materiais. Espero que a maioria tenha conseguido”, contou o funcionário.

O trabalhador fez um apelo por mais medidas de segurança nas indústrias. 

“Acredito que as empresas não deveriam ter apenas brigadistas, mas também bombeiros civis. Em situações como essa, eles são fundamentais para atuar na prevenção e no controle inicial de incêndios, evitando que o pior aconteça".

O funcionário disse se sentir aliviado após o susto, mas teme pelas consequências do ocorrido.

“Estou me sentindo tranquilo, mas às vezes me dá um nervosismo por dentro. Medo de voltar a trabalhar não estou, só fico com medo de ser desligado da empresa por conta do que aconteceu e deles cortarem algumas pessoas. Esse é o meu medo neste exato momento”.

O Corpo de Bombeiros segue atuando no local e informou que o combate pode se estender até a madrugada deste sábado, 11, devido à presença de materiais altamente inflamáveis, como papel, plástico e polipropileno. Ainda não há confirmação sobre as causas do incêndio, que serão determinadas por perícia técnica.


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