O homem preso por suspeita de assassinar a babá Inaianne da Costa Silva, de 27 anos, em Santa Lúcia, afirmou em depoimento à Polícia Civil que agiu em legítima defesa. No interrogatório registrado em vídeo, Jean Lopes Morais de Sousa, 32 anos, relatou que foi buscar os três filhos na casa da ex-companheira e foi impedido pela babá, que o teria agredido e, por isso, ele teria reagido.

“Foi tipo uma legítima defesa. Ela partiu para cima de mim. Aí, a gente entrou em conflito. Entendeu? ... Em legítima defesa, eu me defendi", afirmou Jean em depoimento. O suspeito também admitiu ter medida protetiva que o proibia de se aproximar da ex-companheira.

O caso ocorreu na madrugada de segunda-feira, 13, e está sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Maceió. Para a polícia, entretanto, pesa o fato de o suspeito ter publicado nas redes sociais, poucas horas antes do crime, mensagens de tom ameaçador, entre elas a frase republicada: “Afim de beber sangue de pilantra”.

As imagens obtidas na residência mostram o suspeito sobre a vítima, efetuando golpes com instrumento cortante. Em sua versão, Jean negou ter ido armado e afirmou que o objeto perfuro-cortante era da casa da ex-companheira.

Em outro trecho, ao ser questionado sobre a agressividade do ato, ele disse: “Eu me defendi. Foi em legítima defesa. Porque ela tentou me matar”.

O crime ocorreu na presença das crianças do casal. Jean reconheceu que os filhos presenciaram a cena e disse que o fato o deixa “mais triste” porque “são meus filhos”. Após o ocorrido, o suspeito foi preso poucas horas depois na casa de sua mãe.

A polícia apura ainda se houve premeditação. No depoimento Jean relata que telefonou à ex-esposa por volta das três horas da manhã, avisando que iria buscar as crianças, e que depois se dirigiu a pé até a casa, apesar de, segundo imagens, aparecer com capacete e vestimenta que sugerem saída de moto.

A linha investigativa principal apontada pela polícia é de retaliação contra a ex-companheira, que acabou tendo como vítima a babá, contratada havia cerca de uma semana para cuidar das crianças.

A DHPP segue colhendo depoimentos, analisando imagens e confrontando versões. A Polícia Civil afirmou que a apuração seguirá para esclarecer a dinâmica dos fatos, o papel de cada envolvido e eventuais responsabilidades penais decorrentes do caso. As causas e circunstâncias da morte serão complementadas pelo laudo pericial.

Uma publicação compartilhada por Jornal Extra Alagoas (@extraalagoas)