STF
Ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral revelam limitações cognitivas

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Feral, disse que os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro revelam "limitações cognitivas e baixa civilidade". A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (13).
"Comício do presidente na porta do quartel-general do Exército, tanques na Praça dos Três Poderes, a minguada manifestação do 7 de setembro com discursos golpistas de desrespeito a decisões judiciais e ataques a ministros. Tudo isso eu acho que mais revela limitações cognitivas e baixa civilidade do que propriamente um risco real", disse o ministro do STF
Barroso afirmou também que a declaração do presidente sobre supostas vulnerabilidades encontradas pelas Forças Armadas nas urnas é falsa. Segundo o ministro, um representante dos militares no processo eleitoral fez questionamentos que serão respondidos pelo TSE na semana que vem.
"O que há de minimamente verdadeiro: há um representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições. Em dezembro, ele apresentou uma série de perguntas para entender como funciona o sistema. Elas entraram às vésperas do recesso. Em janeiro, boa parte da área técnica do TSE faz uma pausa, e agora as informações solicitadas estão sendo prestadas e vão ser entregues na semana que vem. Só tem perguntas. Não há nenhum comentário. Não falam de vulnerabilidade", disse.
"Quando o presidente diz que encontraram vulnerabilidades antes mesmo de receber as respostas às indagações, ele está adiantando, desavisadamente, a estratégia que ele pretende adotar. Para falar a verdade, ele queimou a largada. Ele lança mão dos questionamentos feitos pelo representante das Forças Armadas, quando, na verdade, tudo o que foi feito foram algumas perguntas e, antes de ter recebido as respostas, já disse que tem vulnerabilidades", declarou Barroso.
"Ele [Bolsonaro] antecipou a estratégia dele, que é: não importa quais sejam as respostas, eu vou dizer que o sistema eleitoral eletrônico tem vulnerabilidades. Ele não precisa de fatos, a mentira já está pronta", declarou o magistrado.