RIO DE JANEIRO
Justiça Eleitoral cassa mandato de Marcelo Crivella
Deputado teria chefiado esquema de bloqueio de reportagens durante as eleições
A Justiça Eleitoral determinou neste domingo, 28, a cassação do mandato do deputado federal Marcelo Crivella, ex-prefeito do Rio de Janeiro, por sua suposta participação em um esquema para impedir reportagens sobre a Saúde no Rio durante o período eleitoral.
A decisão foi proferida pela juíza Márcia Capanema, que também determinou a inelegibilidade de Crivella pelos próximos oito anos e impôs uma multa no valor de R$ 433.290.
A sentença foi resultado de uma ação ajuizada pela coligação 'É a vez do Povo', formada pelo PT e PCdoB, durante as eleições municipais de 2020. Na ação, os proponentes acusaram Crivella de abuso de poder de autoridade e conduta vedada a agente público em campanhas eleitorais, fundamentando-se na Constituição.
Conforme a coligação, o ex-prefeito teria montado um esquema visando "monitorar e impedir a interlocução de cidadãos com profissionais de imprensa", com a intenção de bloquear informações sobre o sistema de saúde do Rio durante o período eleitoral. Crivella teria utilizado servidores públicos municipais, conhecidos como Guardiões do Crivella, de forma ilegal para executar o esquema.
A juíza Márcia Capanema ressaltou que a decisão tinha um caráter pedagógico-preventivo, visando repudiar a conduta moral e ilegal perpetrada. A cassação do mandato, a inelegibilidade e a multa aplicada refletem a gravidade das acusações contra Crivella e demonstram a postura incisiva da Justiça Eleitoral em casos de abuso de poder durante as eleições.
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