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Globo não derruba liminar e TV de Collor segue como afiliada da emissora

O contrato acabou no dia 31 de dezembro de 2023
Por Redação 02/01/2024 - 08:16
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© Reprodução / TV Globo
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A Globo inicia o ano de 2024 enfrentando um desafio polêmico. A emissora não obteve sucesso na tentativa de revogar uma liminar judicial que a obriga a renovar o contrato de afiliação com a TV Gazeta de Alagoas, propriedade do ex-presidente Fernando Collor de Mello. O contrato expirou em 31 de dezembro de 2023, e a liminar da 10ª Vara Cível do TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas) determina que a Globo renove o acordo com a TV Gazeta até 2028, evitando prejuízos financeiros ao conglomerado de Collor, que está em recuperação judicial. 

A Globo tentou recorrer tanto na Justiça de Alagoas quanto no Rio de Janeiro, mas devido ao período festivo e ao recesso judiciário, uma decisão não foi alcançada a tempo. Como resultado, a TV Gazeta iniciou o ano de 2024 como afiliada da Globo sem maiores contratempos. Quem sofreu com essa situação foi a futura parceira da emissora no Nordeste, a TV Elo, pertencente ao Grupo Nordeste de Comunicação, liderado por Vicente Jorge Espíndola.

O Grupo já é proprietário da TV Asa Branca de Caruaru, afiliada da Globo na região desde 1991. A intenção da Globo era que a TV Elo substituísse a TV Gazeta já no início de 2024, evitando ter duas retransmissoras localmente, o que poderia prejudicar sua imagem. Localizada no canal 28 de Maceió, a futura parceira global em Alagoas teve que começar suas operações retransmitindo o canal Futura, pertencente à Fundação Roberto Marinho, instituição educativa privada da Globo.

A decisão da Justiça alagoana seguiu a recomendação do Ministério Público estadual, que solicitou recentemente que a Globo renovasse o acordo com a TV Gazeta. Embora a recomendação fosse para apenas mais três anos de vínculo, a decisão judicial impôs um novo contrato de cinco anos.

Em outubro, a Globo comunicou à TV Gazeta que não renovaria o contrato iniciado em 1975, citando escândalos envolvendo a emissora nos últimos anos, incluindo seu uso pelo ex-senador Fernando Collor para receber propina em um esquema de corrupção. Collor foi condenado a oito anos de prisão pelo STF em julho. Em novembro, a TV Gazeta entrou com um pedido judicial para evitar o término do contrato, alegando que sem o suporte da maior emissora do país, não conseguiria cumprir acordos para pagamento de dívidas e enfrentaria demissões em massa, afetando pelo menos 209 dos 279 postos de trabalho.

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