POLÍTICA

Arthur Lira não confirma participação em manifestação pró-Bolsonaro na Paulista

Aliados afirmam que evento poderá criar constrangimentos constitucionais
Por Tamara Albuquerque 17/02/2024 - 12:33
Atualização: 17/02/2024 - 12:48

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Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

Aliado de Jair Bolsonaro (PL), o deputado Arthur Lira (PP-AL) deve manter uma “distância regulamentar” do ex-presidente Jair Bolsonaro e não deve ir ao ato na avenida Paulista convocado para o dia 25, segundo aliados do presidente da Câmara ouvidos pela CNN.

O evento poderia causar constrangimentos constitucionais, segundo deputados, que consideram manifestações do público contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A assessoria de Lira disse que o deputado não se manifestou sobre o evento.

O ato convocado pelo ex-presidente para o próximo dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista já tem presenças confirmadas. Além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministros e parlamentares aliados devem comparecer à manifestação, agendada após Bolsonaro se tornar alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga o planejamento de um golpe de Estado após as eleições de 2022.

O ex-presidente pediu em uma mensagem gravada em vídeo que os seus apoiadores não levem faixas e cartazes contra o STF, mas a expectativa entre políticos de esquerda e direita é que o evento de desagravo acabe em críticas à instituição, em especial ao ministro Alexandre Moraes.

Até o momento, o PL contabiliza a confirmação de mais de 100 políticos também de outros partidos. Mas a lista não foi divulgada na íntegra.

No campo petista, deputados e lideranças minimizam o ato do dia 25, que classificam como uma afronta ao STF. “(o ato) Terá zero impacto e só vai piorar a situação dele no judiciário. É puro desespero”, disse o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), ex-líder do PT na Câmara. “É uma afronta à justiça e uma tentativa de obstruir a justiça”, afirmou o deputado Rogério Correia (PT-MG), vice – líder do governo na Câmara.

Lira estaria focado nas eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, que acontece em fevereiro de 2025, mas que, no entanto, as discussões devem ser iniciadas agora pelo próprio chefe do Legislativo junto aos seus pares e os pretensos candidatos.

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