Após uma troca de farpas política com Alexandre Padilha, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), levantou a possibilidade de autorizar a instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). O anúncio, previsto para ser oficializado nesta quarta-feira (17), chegará aos 513 deputados acompanhado das especificações sobre quais investigações serão contempladas. As informações são do site Diário do Poder. 

Em recente declaração, Arthur Lira rotulou o ministro das Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, como incompetente. Esse comentário incendiou os ânimos e agora se reflete na abertura das CPIs, sinalizando uma clara divisão entre o presidente da Câmara e o Palácio do Planalto.

Embora Lira não tenha citado quais serão as comissões a serem anunciadas, existem várias propostas, especialmente da oposição, pedindo por investigações que vão desde o escândalo dos "respiradores fantasmas" até a suposta interferência do judiciário na liberdade de expressão e no devido processo legal.

Um dos pontos de atrito entre Lira e o governo é a CPI do Abuso de Poder de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), uma demanda sensível devido a tensão entre os poderes Executivo e Judiciário. Esta CPI, se instaurada, pode ser liderada pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), o que indica uma possível batalha política acirrada nos bastidores.

Outra CPI aguardada é a do Marajó, que surge em meio ao crescente desgaste na relação entre Lira e o governo Lula. Além das CPIs, uma proposta que ganha destaque é a PEC das prerrogativas, que visa restringir a presença da Polícia Federal nas imediações da Câmara. Esta medida, apresentada pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), surge em um momento de intensificação dos debates sobre limites e autonomia entre os poderes.