imposto de renda
Renan critica Lira e partidos de esquerda buscam estratégia para aprovação
Projeto aprovado no Senado amplia pressão sobre a Câmara Federal
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) voltou a se posicionar contra o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em torno da proposta de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. O texto, relatado por Renan na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e aprovado na semana passada, mantém a progressividade tributária e inclui como compensação a taxação de dividendos e remessas de lucros ao exterior.
Segundo o senador, o projeto relatado por Lira na Câmara pretende retirar justamente essas fontes de compensação. “O problema é que o relator quer tirar a progressividade do projeto, que ricos e milionários paguem a conta, além de dividendos e remessa de lucros ao exterior. Ou seja: ele quer retirar as fontes e compensações do projeto do governo, o que o Senado aprovou”, afirmou.
Renan destacou ainda que, caso seja escolhido relator do texto de Lira no Senado, atuará pela manutenção do que já foi aprovado pelos senadores. “Não é uma disputa pela paternidade. A paternidade é indiscutível. É do presidente Lula”, declarou.
Arthur Lira, por sua vez, reconheceu que não haverá resistência quanto à isenção, mas reforçou que o impasse está nas formas de compensação do benefício, que deve atingir cerca de 10 milhões de brasileiros.
Nesta terça-feira, 30, dirigentes de partidos da esquerda — entre eles PT, PSB, PSol, Rede, PDT e PCdoB — se reúnem para definir uma estratégia de votação. A líder do PSol na Câmara, Talíria Petrone, afirmou que a aprovação no Senado fortalece a pressão sobre a Câmara. “Nossa intenção é aprovar o projeto da Câmara em sua integralidade, tanto no âmbito da isenção quanto na compensação, que vai impactar 140 mil pessoas do andar de cima”, disse.