O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou na sexta-feira, 3, que os aposentados e pensionistas “continuam sendo roubados”, mesmo com as investigações em andamento. O parlamentar alertou que o esquema de fraudes em empréstimos consignados e descontos associativos segue ativo no sistema previdenciário.

Durante sessão na última semana, Gaspar fez um apelo ao ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, para suspender imediatamente os contratos de consignados firmados com entidades sob investigação até o fim das apurações. O pedido foi negado.

“E se eu disser que os aposentados e pensionistas brasileiros continuam sendo roubados? E se eu disser que, enquanto esta CPMI trabalha para revelar o esquema, há cerca de 90 acordos de cooperação técnica ainda vigentes?”, declarou o deputado. Segundo ele, a própria CGU já apontou prejuízos ampliados pelos juros sobre juros.

Gaspar cobrou uma ação urgente. “Faço um apelo à CGU: que suspenda imediatamente esses acordos com os bancos até termos uma radiografia completa do tamanho do problema. O povo brasileiro está sendo roubado em tempo real”, disse ao ministro Vinícius Marques de Carvalho.

O ministro respondeu que a CGU ainda realiza estudos e que medidas só serão adotadas após a conclusão técnica. “Assim que tivermos resultados que confirmem essas suspeitas e, se houver necessidade de uma medida cautelar, nossos auditores saberão agir. Agora, não podemos suspender esses contratos”, afirmou.

O relator reiterou que a gravidade já é conhecida. “A CGU já identificou a seriedade do problema em relatórios anteriores. O que pergunto é: por que não agir antes da porteira arrombada?”, questionou. Ele disse ter solicitado, em 2 de outubro de 2025, a suspensão cautelar dos acordos de cooperação técnica com os bancos.