investigação

Gaspar questiona ex-diretor do INSS sobre recebimento de R$ 2 milhões

Deputado alagoano conduziu a oitiva de Alexandre Guimarães na CPMI
Por Redação 28/10/2025 - 07:22
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Assessoria
Relator da CPMI, Alfredo Gaspar
Relator da CPMI, Alfredo Gaspar

O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), questionou nesta segunda-feira, 27, o ex-diretor do órgão Alexandre Guimarães sobre o recebimento de mais de R$ 2 milhões de empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”.

Durante a sessão, Guimarães admitiu que sua empresa, a Vênus Consultoria Assessoria Empresarial S/A, recebeu os valores entre 2022 e 2025 de uma das empresas de Antunes, a Brasília Consultoria, mas negou qualquer envolvimento em desvios de recursos. Segundo o ex-diretor, os pagamentos se referem a serviços de educação financeira prestados à empresa.

“Esses mais de R$ 2 milhões recebidos do chefe da organização criminosa de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, em algum momento, dizem respeito a vantagem indevida?”, questionou Gaspar. Guimarães respondeu que não: “Eu não recebi do senhor Antônio. Recebi da empresa para a qual prestei serviço”.

O parlamentar também perguntou se a Vênus Consultoria possuía outros clientes além das empresas de Antunes, e Guimarães confirmou que não. Ele afirmou que conheceu o empresário em 2022, por meio de amigos em comum, e que a relação profissional não teve ligação com o INSS.

A convocação de Alexandre Guimarães foi aprovada após requerimentos apresentados por parlamentares de diferentes partidos. O ex-diretor, que atuou no INSS entre 2021 e 2023, disse que sua gestão não tinha a função de resolver reclamações sobre descontos indevidos, mas apenas de encaminhá-las para as áreas competentes.

Durante o período em que esteve no cargo, o número de denúncias de descontos não autorizados em aposentadorias aumentou, o que Guimarães atribuiu à transferência da ouvidoria para dentro do próprio INSS, o que teria facilitado o recebimento das queixas.


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