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Exonerações na prefeitura expõem tensão política entre JHC e Arthur Lira

Decisão do prefeito ocorre após aliado migrar para o PP
Por Redação 30/10/2025 - 06:16
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Reprodução/Instagram
O prefeito de Maceió, JHC
O prefeito de Maceió, JHC

A decisão do prefeito de Maceió, JHC (PL), de exonerar todos os indicados do ex-secretário Gunnar Nunes da administração municipal provocou repercussão no meio político e foi interpretada como um sinal de tensão entre o gestor e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), principal aliado do prefeito em Alagoas.

Segundo o jornalista Voney Malta, a medida foi considerada desproporcional por aliados, já que Gunnar apenas trocou de partido — deixou o PL, legenda de JHC, para se filiar ao PP, comandado por Lira. O ex-secretário é pré-candidato a deputado federal e mantinha boa relação com ambos até o recente movimento partidário.

A expectativa, até então, era de que PP e PL atuassem juntos nas eleições de 2026 para ampliar suas bancadas estadual e federal, dentro de uma mesma base de apoio político na capital. A saída de Gunnar do PL, porém, foi vista como um ponto de ruptura nessa articulação.

Gunnar Nunes é filho do pastor Orivaldo Nunes, presidente da Assembleia de Deus em Alagoas — a maior denominação evangélica do estado, com mais de mil templos e forte capacidade de mobilização. O grupo religioso tem peso expressivo no cenário político alagoano, especialmente por sua influência sobre o eleitorado evangélico.

Nos bastidores, a avaliação é que o rompimento pode ter duas leituras. Se JHC ainda alimenta planos de disputar o Governo do Estado ou o Senado, o apoio do segmento evangélico seria estratégico, representando cerca de 50 mil votos. 

Caso contrário, a decisão de afastar Gunnar pode indicar que o prefeito pretende se concentrar na gestão municipal e fortalecer sua própria chapa de candidatos a deputado federal em 2026, mesmo que isso implique um distanciamento político de Arthur Lira.


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