A COP-30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, teve início nesta segunda-feira, 10, em Belém (PA), reunindo líderes mundiais, representantes de governos e organizações da sociedade civil para discutir compromissos de redução de emissões e financiamento climático. O evento retoma o protagonismo ambiental do Brasil e remete ao legado da Rio-92, realizada há 33 anos, no Rio de Janeiro, sob a condução do então presidente Fernando Collor de Mello.

A conferência foi aberta por Collor, que, apesar de enfrentar uma crise política e denúncias de corrupção, recebeu mais de 100 chefes de Estado e de governo e delegações de 178 países. A Rio-92 ficou conhecida como a “Cúpula da Terra” e estabeleceu as bases para acordos multilaterais que ainda orientam a política ambiental global, como a Agenda 21, a Convenção da Biodiversidade e a Convenção sobre Mudanças Climáticas, precursora dos protocolos e tratados que hoje estruturam as conferências da ONU sobre o clima.

Na abertura do encontro, Collor defendeu um novo padrão de cooperação internacional para conciliar crescimento econômico e preservação ambiental. A conferência ocorreu em um contexto de grandes divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, mas terminou com avanços diplomáticos e o reconhecimento da necessidade de financiamento global para ações de proteção ambiental.

Paralelamente às negociações oficiais, o Rio de Janeiro recebeu milhares de representantes da sociedade civil, entre líderes indígenas, ambientalistas e movimentos sociais, que promoveram eventos e manifestações paralelas.

Em meio à instabilidade política interna, a organização brasileira foi elogiada e resultou na captação de cerca de US$ 4,1 bilhões em compromissos para projetos de preservação. A Rio-92 consolidou o Brasil como referência nas discussões ambientais e marcou o início de uma nova etapa de consciência global sobre o meio ambiente, cujos efeitos se estendem até as conferências atuais, como a COP-30.