Encontro com empresários indianos e brasileiros encerra ciclo de eventos da 17ª cúpula do BRICS

O Fórum Econômica Brasil-Índia, no Museu do Amanhã, capital Fluminense, concluiu nesta segunda-feira (7) o segundo e último dia dos eventos paralelos da 17ª reunião da Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro.
O evento promoveu palestras com empresários e autoridades de ambos os países e foi organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), pelo Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC), Ministério das Relações Exteriores (MRE), com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara de Comércio Índia-Brasil (CCIB).
Durante o evento, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou que o comércio bilateral entre os dois países é de cerca de R$ 12 bilhões, valor ainda "pequeno diante desse potencial, especialmente porque nossa balança é concentrada em poucos produtos. Há, portanto, um enorme espaço para crescimento em ambas as direções".
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Índia, Narendra Modi, estavam sendo aguardados para encerrar o evento, mas mudaram a agenda na última hora.
Amanhã (8), o Modi vai a Brasília em visita de Estado e já foram anunciadas assinaturas de vários atos bilaterais entre Índia e Brasil, dentre eles de cooperação no combate ao crime organizado, pesquisa agrícola, energia renovável, transformação digital e acordo entre arquivos nacionais para cooperação em documentação histórica.
Modi e Lula já se encontraram em três ocasiões recentes: na Cúpula do G7 no Japão, em maio de 2023, na Itália, em maio de 2024, e na Cúpula do G20, realizada em novembro de 2024 no Rio de Janeiro.
Na declaração final do grupo, ficou decidido que a Índia será a anfitriã da próxima cúpula do BRICS em 2026.
Índia e Mercosul
A aproximação com a Índia também está alinhada à agenda de integração defendida por Lula durante a 66ª Cúpula do Mercosul, na semana passada, em Buenos Aires, na Argentina:
"É hora do Mercosul olhar para a Ásia, centro dinâmico da economia mundial. Nossa participação nas cadeias globais de valor se beneficiará de maior aproximação com Japão, China, Coreia, Índia, Vietnã e Indonésia", afirmou Lula ao discursar na Cúpula.
Índia & Brasil em números
Décimo maior parceiro comercial do Brasil, a Índia é também a sexta maior origem de importações para o Brasil.
Em 2024, o comércio bilateral totalizou US$ 12 bilhões (R$ 65,7 bilhões) com crescimento de 24% nos cinco primeiros meses de 2025. As exportações brasileiras chegaram a US$ 5,26 bilhões, com destaque para açúcar, petróleo bruto, óleos e aviões. As importações somam US$ 6,8 bilhões.
Segundo levantamento da ApexBrasil, as exportações brasileiras para a Índia aumentaram em média 13,7% ao ano desde 2019, totalizando US$ 5,3 bilhões em 2024.
Os destaques da pauta incluem açúcar, petróleo, óleos vegetais e algodão bruto. Entre as mais de 380 oportunidades comerciais identificadas, ganham relevância os setores de combustíveis, celulose e máquinas e equipamentos.
No campo dos investimentos, o gigante asiático foi o sexto maior investidor asiático no Brasil em 2023, com estoque de US$ 2,9 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED).
A cooperação entre os dois países também se estende ao Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS), criado em 2003, que reúne democracias para fortalecer o multilateralismo, aprofundar laços comerciais e promover o desenvolvimento social inclusivo.
Por Sputinik Brasil