'Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá', diz Petro sobre avanço dos EUA na região

Durante inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, em Manaus (AM), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, comentou sobre as ações militares dos Estados Unidos sob a justificativa de combater o tráfico de drogas da Venezuela. Na última semana, o país atacou uma embarcação e provocou a morte de 11 pessoas.
Em meio ao posicionamento de mais de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais em embarcações militares estadunidenses próximas à costa da Venezuela, o presidente colombiano defendeu nesta terça-feira (9) a união da América do Sul para se defender das investidas dos Estados Unidos na região. A informação foi divulgada pelo portal Metropoles.
Conforme Petro, caso nada seja feito, outros países sul-americanos, para além de Caracas, podem se tornar alvos das medidas militares.
"Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá e outras cidades. Vamos ficar calados agora e ver essas bombas matando nossas crianças ou nós vamos parar e nos unir?", questionou.
O presidente da Colômbia ainda lembrou que na última semana militares dos Estados Unidos, sob ordens do governo do presidente Donald Trump, lançaram um míssil sobre uma lancha civil que, segundo ele, pode ser da Venezuela ou de Trinidade e Tobago.
"Ainda não está claro, mas houve morte de civis. Eles estavam levando cocaína? Não sabemos. Foram alvejados nas águas de Trinidad e Tobago [país do Caribe]. Isso é um assassinato. A América Latina é a dona do Caribe e ela vai ter que suportar isso e ficar calada?", acrescentou.
A situação já levou o presidente venezuelano Nicolás Maduro a determinar a mobilização de quase 5 milhões de reservistas diante das ameaças dos Estados Unidos, situação que, segundo ele, coloca a região diante do maior risco da história.
Ainda de acordo com o presidente da nação latino-americana, ao menos oito navios de guerra dos Estados Unidos, 1.200 mísseis e um submarino nuclear miram a Venezuela.
A aproximação de soldados de Washington fez com que Caracas classificasse a ação como tentativa de intimidação. Já o comandante da milícia bolivariana da Venezuela, Orlando Romero, afirmou que a iniciativa norte-americana não está relacionada à luta real contra o narcotráfico.
Por Sputinik Brasil