POLÍTICA

Indígenas na COP dizem: ninguém pede licença ao entrar em nosso território

As ações saíram do controle, mas que o incidente pode ser lido como um "recado de resistência".
Por Sputnik Brasil 12/11/2025 - 23:33
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© Antônio Cruz/Agência Brasil
Pela tese do Marco Temporal, os indígenas só terão direito ao território em que estavam na promulgação da Constituição, em outubro de 1988
Pela tese do Marco Temporal, os indígenas só terão direito ao território em que estavam na promulgação da Constituição, em outubro de 1988

O grupo de indígenas do baixo Tapajós, que lideravam a manifestação que terminou em confusão na COP30, afirmaram nesta quarta-feira (12) que as ações saíram do controle, mas que o incidente pode ser lido como um "recado de resistência".

Os representantes afirmam que participaram da Marcha Global de Saúde e Clima e, em seguida, decidiram continuar com um ato até a frente da Zona Azul. Ao chegar no local, representantes de outros grupos civis se juntaram à manifestação, foi então quando tudo fugiu do controle.

Durante entrevista coletiva, conforme publicado pela Folha de S.Paulo, o grupo declarou que não é ouvido pelos negociadores. As demandas indígenas, segundo eles, ficam restritas a discussões paralelas.

"Nossas manifestações têm sido para que nos ouçam. Quando entram em nosso território, ninguém pede licença, acham que são donos", afirmou Margareth Maytapu, coordenadora do Conselho Indígena Tapajós e Arapuiuns.

Ao todo, 14 povos indígenas formam o baixo Tapajós. Porém, apenas um representante foi permitido na Zona Azul da COP30, onde são realizadas as negociações e discussões de alto escalão.

Dentre as revindicações, a principal luta do grupo é contra a privatização dos rios Tapajós, Tocantins e Madeira, que seriam utilizados como hidrovia para o transporte de cargas. Outra demanda dos povos indígenas é contra as mineradoras da região, que causam a contaminação da região por mercúrio.

Por Sputinik Brasil


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