colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Medidas impopulares

08/12/2024 - 06:00

ACESSIBILIDADE


“Continua tudo como antes no quartel de Abrantes”. O governo federal teve que liberar as emendas de deputados e senadores para que eles aprovassem as medidas protetivas que, segundo o ministro da Fazenda, ajudarão o país. Impressionante ver como os políticos continuam praticando o famoso “é dando que se recebe”. Depois de muitos estudos, a equipe econômica resolveu punir pobres, doentes e servidores públicos. Foram liberados bilhões de reais em emendas parlamentares para o Congresso aprovar o que o Lula quer.

A primeira grande punhalada vai ser dada no salário mínimo. Será calculado de outra maneira e, claro, ficará menor ainda. Depois, vem o Bolsa Família. Ao invés de fazer uma bela limpeza nos que recebem de forma errada, vão aplicar novos métodos. Bastaria fiscalizar como as prefeituras municipais concedem o benefício e seria feita uma grande economia para os cofres do governo.

A grande vingança dos gestores de esquerda será mexer com os militares. Não entendem as autoridades que os salários e as vantagens concedidas aos homens dos quartéis vêm sendo cortados há vários anos. Comparo sempre o salário de um coronel do Exército com o do motorista do Senado Federal. O segundo sai ganhando. O plano de saúde dos militares está ficando ruim. Para o pobre coitado conseguir uma consulta demora muito. O que ainda funciona bem é a emergência. Enfim, o nível de vida dos militares está caindo demais!

Cortar os super salários dos servidores. Isto já se faz há bastante tempo. Dizer que o ministro do Supremo Tribunal Federal serve de referência para outras categorias é piada. Um funcionário só recebe o salário e o ministro possui muitas vantagens além do salário. Do mesmo modo, senadores e deputados têm auxílio viagem, auxílio de moradia, auxílio paletó, verba de gabinete, plano de saúde ilimitado, etc... Juntando tudo isso, parlamentares recebem altos valores e os funcionários, repito, apenas a remuneração mensal.

Retirar a isenção do Imposto de Renda das pessoas que sofrem de doença grave é uma medida injusta! Os planos de saúde não cobrem todas as despesas de tais criaturas. Quando o presidente da República adoece, tem muitos assessores o socorrendo, médicos vêm de São Paulo para consultá-lo. Vou dar um exemplo bem pertinho de mim: meu marido teve um problema semelhante ao do Lula. Precisei correr para a emergência, contar com um médico que lá estava e fomos bem atendidos. Dois dias depois, pagamos consulta a um neurologista, porque não havia verba para o Fusex liberar a guia de consulta. Pergunto aos leitores: a equipe econômica já viveu tal problema?

O governo não fala em reajuste para servidores civis e militares, mas já se fala que os juros vão subir e a inflação também. Os ministros e o presidente compram remédios? Vão aos supermercados?

Aí vem o prêmio de consolação: isentar o Imposto de Renda daqueles que percebem até cinco mil reais por mês. O governo vai gastar mais, no entanto, tenta aumentar o desconto do IR dos que recebem salários acima de cinquenta mil reais. Lindo jogo planejado pela equipe econômica!

Algo intriga a população brasileira: os gastos do governo federal vão diminuir? Quais despesas serão encolhidas? Novo avião presidencial será comprado? As viagens do presidente serão em menor número? As comitivas continuarão enormes?

O povo está assustado com as medidas protetivas sugeridas pelo governo do Partido dos Trabalhadores, pois elas vão castigar a população que o elegeu.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato