Assisti recentemente a um programa de TV e me impressionei com certos comentaristas criticando o presidente Lula. Os mesmos que o elogiaram no início do governo. E eles riam e diziam: “O Lula está velho, não fez um substituto; parece o camisa 10 de um time, que já cansado, precisa ser amparado pelos outros jogadores”. E insistiam: “Qual o ministro que ajuda o Lula e pode ser seu substituto?” Cada um que gozasse mais o outrora elogiado líder esquerdista.

Fiquei então pensando no desrespeito que se faz com a velhice. Sempre ouço piadas com os idosos e me irrito. É como se a juventude trouxesse entendimento. Se a criatura fica velha e lúcida, carrega dentro de si muita sabedoria. Nunca votei no Lula, mas reconheço que não é fácil um torneiro mecânico ser três vezes presidente da República. A experiência dele na política é grande e por isso se aliou a algumas pessoas de centro-direita.

A imprensa brasileira é influenciada pela política. Os comentários feitos pelos jornalistas são tendenciosos. As grandes empresas de comunicação dependem das verbas governamentais. Quando o presidente “fecha as torneiras”, começa a ser criticado.

Lembro-me de um artista famoso que tinha um conhecido programa de TV. Se fosse entrevistar um político de esquerda, era gentil e risonho. Se, ao contrário, surgisse algum militar ou pessoas de direita, era ofensivo e fazia piadas maldosas. Foi grosseiro com Divaldo Suruagy.

Tenho um certo respeito pelo Gabeira, apesar de ser nitidamente de esquerda; faz bons comentários e justifica o que diz. Há outros, no entanto, que não conseguem disfarçar suas escolhas; quero entender por que estão criticando o atual presidente.

Se o assunto for Bolsonaro, não existe um elogio. Para os comentaristas de TV, o ex-presidente é tudo de errado. Querem agora, que Michele Bolsonaro seja condenada, mesmo sem provas. Cada um que fale mal de toda família, mesmo que o Bolsonaro tenha força política. Lembro-me que queriam culpá-lo pela morte de uma vereadora do Rio de Janeiro. Quando apareceram os verdadeiros responsáveis pelo crime, nada foi desmentido.

Num clima de críticas e insegurança, o Brasil vai caminhando. O Lula na presidência errando e acertando. Os ministros lutando para aparecer, puxando o cordão cada um para o seu lado. Notamos que o presidente anda meio fraco e envelhecido. Suas falas são mais lentas e meio incompreensíveis, mas notamos que é um homem inteligente e ainda controla o país.

Continuo sem entender porque os comentaristas de TV zombam do Lula. Eles ajudaram a elegê-lo. No momento, o que está ruim? Ainda encontro coisas boas: o desemprego caiu e o dólar está abaixo dos seis reais, por exemplo. Mas, em compensação, outras ruins acontecem: a Janja falando bobagens no exterior, o Haddad castigando os mais pobres, o Supremo Tribunal Federal virando entidade política.

O brasileiro tem que fazer escolhas: o que deve ler, qual emissora de rádio ou TV deve ouvir ou assistir. Daí, então, tira suas conclusões a respeito da real situação que vivemos.

No entanto, deve saber respeitar as autoridades constituídas; ainda que estejam erradas, a crítica deve ser imparcial.

VIVA A DEMOCRACIA!