colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

A escalada da insensatez

10/10/2021 - 07:21

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Agência Brasil
O país está estagnado, com inflação alta e, ao mesmo tempo regride social e economicamente
O país está estagnado, com inflação alta e, ao mesmo tempo regride social e economicamente

Há mais de um ano tenho alertado insistentemente em relação ao cenário econômico que vinha sendo “plantado” por esse desastroso (des) governo e sua insensata série de ações deletérias que ultrapassavam o limite máximo da irresponsabilidade. Como se o Brasil fosse a casa da mãe Joana. Não podia dá em outra coisa. O governo Bolsonaro conseguiu piorar em muitas vezes o que já estava péssimo nos anos finais da indi(gestão) petista. Nesse instante estamos descendo a ladeira da crise sem freios, em velocidade vertiginosa, com o motorista doidivanas com o pé direito topado no acelerador.

Bem na linha do que alertávamos e distante das projeções de certos “analistas econômicos” que crise sim, outra também, findam por cometer barbeiragens nas análises feitas sob encomenda. A verdade é que sempre estivemos corretos em nossas estimativas de que o país navegava rumo à uma crise ainda maior que a petista.

Só agora, e ainda assim com análises recheadas de condicionantes, eles começam a criar “explicações” (sic!) para justificar o “ajuste” dos furos cometidos em relação à realidade nua e crua que vivemos, de muita inflação e desemprego; de mais gente nas ruas sem ter o que comer, numa autêntica Venezuelização do país; da aceleração da fuga do capital, do desarranjo dos principais setores da economia, da queda consumo, mola mestra para impactar o crescimento.

O “carro Brasil” que já vinha em desabalada correria rumo à crise entrou agora em velocidade supersônica num túnel sem luz no final e com o “motorista” berrando a todos que nada tem a fazer! (no que concordo, trata-se de um “barbeiro” incapaz de levar o “carro” a bom destino).

Já demos os primeiros passos no terreno pantanoso da estagflação, cheio de armadilhas e areias movediças. O país está estagnado, com inflação alta e, ao mesmo tempo regride social e economicamente. Não custa lembrar – os de mais idade sabem - a inflação quando se torna inercial é uma tragédia do ponto de vista econômico pelo alto custo social cobrado. Em especial, num país com 49 milhões de pessoas desempregadas ou na informalidade. “A inflação é invisível e contagiosa, como o coronavírus. Seu alastramento parece uma epidemia, a diferença está em que é um processo social, transmissível pelo ar e pelo noticiário” afirma Gustavo Franco, ex. presidente do Banco Central.

Pois bem, se não cuidarmos de combatê-la com fortes armas, vamos sair da antessala para o meio do salão do inferno das impossibilidades de curto e médio prazo. O povo brasileiro vai passar por maus bocados nos próximos 3 ou 4 anos, se esse “motorista barbeiro” não tomar rápidas decisões (não creio) que permitam ao carro Brasil dar a volta completa, e evitar que o gigantesco problema que se desenha daqui prá frente, não apenas se materialize como, engolfe a todos.

Se a Nação não reagir e continuar passiva preparem-se todos para – literalmente – apertar os cintos, pois vai faltar comida para milhões (o próprio Bolsonaro em sua linguagem enviesada já alertou sobre isso), a possibilidade de sermos obrigados a conviver com a falta de energia elétrica neste final e começo do próximo ano é real, os aumentos exorbitantes da gasolina (no governo petista, Lula e seus 40 ladrões roubaram quase tudo dela, agora é a Petrobrás – e toda sua cadeia - que rouba os brasileiros para recuperar seus prejuízos) tornam a cada dia a vida do brasileiro da classe média num inferno Dantesco e a dos pobres e desempregados, numa impossibilidade.

O gás acima de 100 reais, somado à conta de luz, da água e ao aluguel da casa representam no mínimo, 50% da renda de quem ganha – afortunadamente - um salário mínimo, a grande massa salarial desse país tão desigual. Afortunadamente, por que existem outras 49 milhões de pessoas sem qualquer tipo de renda, sequer a informal. E para muitas, o que está sobrando são os restos nos lixos das casas e restaurantes, para não morrerem de fome num país que é campeão na exportação de alimentos para o mundo. Tá tudo muito errado.

Como está errado essa história de “esperar” que Bolsonaro termine seu des(governo). Até lá como disse anteriormente, estaremos no salão do inferno com a econômica totalmente destroçada. Bem na linha da sua promessa de que “veio para destruir tudo”, embora o discurso apontasse para coisas melhores.

O problema é que sem partidos, parlamentares, juízes e instituições em geral à altura do que é preciso fazer, vez que (quase) todos estão comprometidos e lambuzados em corrupção e roubalheiras, só resta mesmo o povo para promover a sua saída. Não é o que vemos também pelas mixurucas mobilizações populares realizadas até agora.

Daí, ao que tudo indica, caminhamos para as trevas de um futuro governo ainda pior que este, o de Lula e os 40 ladrões (na verdade, multiplicados por 1000, no mínimo). Triste sina a deste país, fruto de teratológicas décadas e décadas de patrimonialismo e corporativismo, como afirma o sociólogo Bolívar Lamounier e, digo eu, sistematicamente roubado por sua elite.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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