colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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As pesquisas de opinião e a próxima eleição

28/04/2024 - 07:27
Atualização: 28/04/2024 - 07:30

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Os que convivem com o Presidente da República do Brasil sabem o quão ele é avesso a conselhos e menos ainda a admoestações. Levar noticias ruins do seu governo então é o temor de todos. É certo ter como retorno uma bronca homérica. Afinal, ele se acha a encarnação de alguma deidade. Lula somente admite a bateção de palmas subservientes e/ou as mentiras contadas sobre os acertos dos seus governos.

Esqueceu – desde o primeiro dia em que foi eleito – que as pessoas votaram nele para não ter que votar em algo ainda pior, Bolsonaro. E ainda assim ganhou por uma “peinha” de nada. Logo esquecendo todas as promessas de campanha e passando a tentar “engarrafar” o país na sua visão dinossáurica de um socialismo caquético que não cabe sequer mais em Cuba a referência de governo para ele e os “dinos” que o cercam há dezenas de anos.

Resultado, o brasileiro que espera ansioso por alguém que mostre a luz no final do túnel tem se mostrado cada vez mais avesso a ele e sua trupe. Uma péssima sinalização em relação às eleições que se aproximam que serão pautadas por um cenário de raso crescimento e enorme desigualdade social desatendida. Os bolsas-família da vida já não fazem mais o efeito de anos anteriores...

As pesquisas (todas, diga-se de passagem) sinalizam que quase metade da população brasileira está disposta a não votar em candidatos vinculados a Lula ou Bolsonaro. Ou seja: querem, anseiam com novas lideranças mais arejadas, modernas. É o que se conhece no ambiente industrial como a fadiga do material. Duas lideranças retrógadas empurrando o país, para o atraso. Para o famoso rumo do nada para o nada. Candidatos que tiverem um mínimo de juízo de sobrevivência política tem pela frente uma enorme senda a ser trabalhada.relacionadas

O raciocínio é simples, quase metade da população não deseja votar em candidatos apoiados por Lula ou Bolsonaro. Está aí o mote para quem deseja se eleger. É isso, ou ir para a briga de foice da disputa da outra metade do eleitorado que ainda está disposta a votar em Lulistas ou Bolsonaristas.

No Congresso Nacional já é dada como favas contadas o avanço do Centro e da Direita (não necessariamente da extrema direita) nas próximas eleições. Embora sejam poucos os estudos sobre o impacto das eleições municipais na eleição geral seguinte (Lavareda e Alves, do Ipespe é uma boa referência), há fundadas razões que evidenciam serem aquelas um bom termômetro para o que poderá vir a ocorrer na eleição seguinte de presidente, governador e para os parlamentos daqui há pouco mais de 2 anos.

Noves fora, a compra desabrida de votos, os erros dos governantes, a corrupção deslavada que avacalha o país e trava o futuro da Nação, e a desilusão, raiva mesmo, do eleitor com esse quadro caótico nacional estão sendo captadas pelas pesquisas. Em outubro, a sinalização é clara: a Esquerda será reduzida ainda mais para a ampliação do Centro e da Direita. Seja lá o que isso signifique nestes tempos de emendas parlamentares e compra de votos e todas as distorções embutidas em sua operacionalização.

A não ser ocorra o impossível, uma gigante mudança no humor do eleitor a próxima eleição vai ocorrer dentro desse diapasão.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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