colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

A liberdade de imprensa e outras liberdades de opinião

21/04/2024 - 06:00

ACESSIBILIDADE


Este país vem se desminlinguindo desde o segundo governo de FHC. Nos costumes, na política, na economia, na educação, na saúde, na segurança pública e em tantos outros segmentos. Especialmente no quesito liberdades individuais, tem dedicado atenção prioritária a encontrar formas e meios mais efetivos e patrióticos (sic) para restringir as liberdades coletivas de seus cidadãos. Numa estranha e “inovadora” engenharia social reversa dos direitos dos povos.

Para certos setores, a liberdade de expressão tornou-se nestes tempos digitais uma ameaça diuturna às suas trapaças, trambicagens e coisas do gênero. É considerada por eles o maior perigo às suas iniciativas heterodoxas. E para fazer valer os seus pontos de vista, vale tudo, até cercear a liberdade de expressão. O que deveria ser o direito à livre manifestação do pensamento se torna, dia após dia, um exercício de contornos surrealistas dos que querem se apossar da prerrogativa de como a população, a mídia e as empresas devem se comportar. Na verdade, no fundo, o que eles defendem é que para haver democracia, a liberdade precisa ser “controlada”.

No entanto, quando se colocam essas questões à luz do sol, retirando-as das sombras plúmbeas, desinfeta-se o que de fato há por detrás disso: a hipocrisia, a má fé e o jogo de interesses próprios que esses “arautos ao contrário da liberdade” querem impingir à Nação.

Até onde se sabe, nenhum defensor da liberdade de expressão jamais se manifestou para que o direito à palavra, falada ou escrita, estivesse fora da lei. É óbvio que é preciso ter limites claros e bem definidos. Que, aliás, já estão inscritos na Constituição deste país. Qualquer coisa além disso é censura.

Não estamos tratando aqui do lixo que toma conta de boa parte das redes sociais. Este tem que ser banido. Como também não estamos tratando do jornalismo profissional, nem das pessoas de bem impedidas de emitir opiniões sobre os poderosos de plantão e as mazelas deste país. Nem de tantos e tantos outros ameaçados de se expressarem livremente.

O anseio da Nação pela verdade e a honestidade e o seu direito de estar bem informada estão sendo utilizados para impor a lei do silêncio a temas que desagradem aos poderosos de plantão. E isso nada mais é que o medo de ver desnudados os seus malfeitos, mesmo sendo o Brasil um país de tantos malfeitos.

Em Maceió, o historiador e jornalista Geraldo Magella, líder do site 082, está sendo vítima deste tipo de patrulha à opinião. De cerceamento ao direito da imprensa de informar e opinar sobre os temas que afligem essa cidade e esse estado. Trata-se de mais um ato de truculência e arbitrariedade cometido pelo prefeito da capital.

Afinal, o que Magella noticiou estava nas páginas dos principais jornais, rádios e TVs brasileiras, com críticas até muito mais acerbas sobre o desperdício de 8 milhões de reais gastos pela prefeitura de Maceió para bancar o desfile de uma escola de samba do Rio de Janeiro, cujo patrono é um contraventor penal com várias passagens pelas cadeias do seu estado.

Nossa solidariedade a Magella. E que você não se intimide. A luta é de todos que querem respirar liberdade. E que ela “abra as asas sobre nós”.banner

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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