colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

E quem disse que as urnas não falam?

28/08/2022 - 09:14

ACESSIBILIDADE

Agência Brasil
Urna eletrônica
Urna eletrônica

Tenho sido recente e reiteradamente instado a me manifestar sobre as próximas eleições, como se minha modesta opinião sobre o assunto pudesse servir para alguma coisa. E não serve. Minha intenção de passar ao largo do que deveria ser o coroamento da democracia no país de tempos em tempos, é porque as eleições no Brasil de há muito deixaram de ser a manifestação democrática do voto livre do cidadão.

Vota-se hoje como nas eleições a “bico de pena” do início do século passado – COM URNA E TUDO – quando de antemão as elites de antanho se reuniam e definiam para quem seriam sufragados os “votos” dos eleitores da época e quem seriam, portanto, os “eleitos”.

Agora, eis que aí estão os cadastros, a compra direta de votos de cabos eleitorais que por sua vez “amarram com os seus liderados” o voto a um precinho mais acessível, de modo a lhe dar “lucro” na transação com o político comprador; as enormes áreas controladas pelas milícias ou pelas quadrilhas de droga ou pelas diversas hostes dos “partidos” dos bandidos que já dominaram mais de 90% das periferias das cidades (venho alertando quanto a isso há várias eleições) e que de lá só saem os votos para quem eles querem. Simples assim.

E nesse festival de indizível cacofonia democrática, são eleitos criminosos de todos os naipes, assassinos, ladrões, bandidos do colarinho branco, malfeitores, patifes, salafrários, velhacos, gente coalhada de processos na justiça, analfabetos (mesmo contra a lei), nazifascistas, psicopatas, milicianos, bandoleiros ou acumpliciados dos mesmos.

Se você não acredita, vou te dar um número: 2/3 dos atuais parlamentares (deputados e senadores) deste país respondem ou responderam a algum processo penal na justiça brasileira; 5 dos atuais presidentes de partido de grande porte já estiveram presos por razões diversas.Dos 27 dirigentes do partido do atual presidente, 20 respondem a pesadas acusações na justiça e seu presidente, faz pouco tempo, acabou de sair da cadeia; o candidato do PT a presidente está concorrendo, mas está condenado em todas as instâncias da justiça brasileira por roubo e corrupção. É preciso dizer mais do nosso desencanto com a política nacional?

Gente preparada? Séria? Decente? Cada vez menos, não somam sequer 5% dos candidatos a parlamentares, governadores, presidente. Infelizmente.

Esse processo eleitoral que aí está se tornou uma “fábrica” de fomento ao crime organizado, ao contrabando, à sonegação fiscal, aos roubos e assassinatos, à bandalha que tomou conta desse país e que vai continuar caso um dos dois candidatos à frente das eleições presidenciais for eleito.

Marcola tá no lugar errado.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato