Fofoca do bem

Conversa entre dois amigos:
- Tu não sabes quem eu encontrei esses dias!
- Quem?
- Fulano de tal, ele me falou tão bem de ti. Disse-me que gostava demais de você e te mandou um grande abraço.
Agora uma pergunta: quem não gosta de receber uma notícia dessas?
Pois é. Ser querido, ser elogiado ou admirado e ser informado disso é um enorme fator de elevação de nossa autoestima. Mas é cada dia mais raro ter este tipo de conversa. Chamo isso de “fofoca do bem”. É quando podemos fazer o que todo ser humano com uma vida social média a-do-ra: Falar dos outros.
Falamos da vida alheia sempre que podemos. Com nossos amigos e dos nossos amigos. Com nossa família e da nossa família. Falar dos outros é uma prática quase que primitiva da humanidade, nos ajuda a fazer amigos, a fortalecer laços de amizade e no desenvolvimento da linguagem. E, por mais que digamos a todos que não gostamos ou que “é coisa de quem não tem o que fazer”, o fato é que todos nós gostamos de uma fofoca. Somos fofoqueiros por natureza.
Sim, afinal a vida alheia é sempre interessante, e quando sabemos de algo, temos um poder temporário de informar coisas que sabemos e que vai interessar a alguém. E isso nos faz nos sentirmos importantes, simplesmente por sermos detentor e repassador de uma informação que um terceiro ainda não sabe. Logo, se eu sei de alguma coisa sobre alguém, dá logo um comichão para sair contando a todo mundo, não? Estão aí os grupos de whatsapp que criaram a cyberfofoca e nos ajudam a espalhar um boato, uma notícia ou uma imagem engraçada na velocidade da luz!
Mas é a partir deste momento que podemos começar a mudar as coisas. É que boa parte das pessoas se interessa em espalhar as más notícias, os infortúnios, os defeitos e os revezes dos outros. Muitas vezes sem nem ter certeza da veracidade daquela informação. Por que não fazermos isso com as boas coisas, sermos partidários da energia do bem? Afinal, quem não gosta de ser elogiado? Ou melhor: quem não gosta de saber que foi elogiado? Quem não se sente bem sabendo que é querida, amada, admirada...
Sugiro uma experiência. Procure observar a pessoa mais bem sucedida do teu ciclo social e perceba que, muito provavelmente, ela fala pouco dos outros ou só derrama elogios para todos. Normalmente essas pessoas são bem sucedidas justamente porque todos dizem: fulano é muito gente boa, muito querido!
Pratiquemos a fofoca do bem. Sejamos os divulgadores de boas novas. Procuremos divulgar os elogios dados, as soluções encontradas e exaltemos as qualidades dos nossos amigos e conhecidos. Sejamos fofoqueiros sim, mas do tipo que ajuda a divulgar a cortesia, o apreço, o carinho, a consideração e a admiração que as pessoas nutrem umas pelas outras.
Experimente ser um fofoqueiro do bem e sinta como faz bem (em todos os sentidos) dar e receber boas novas. Pratique ser um divulgador de boas novas e sinta as consequências!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA