Eles não são seus amigos
Pode ser um desabafo, um pileque ou uma fofoca mesmo. Por vezes é um comentário infeliz, uma bravata ou mesmo um pensamento, uma ideia que passou pela cabeça. O fato é que frequentemente entramos em situações indesejadas ou constrangedoras por acharmos que estamos em um ambiente fechado, seguro ou cercado de pessoas que nos querem bem. Só que não!
Entenda: no mundo de hoje, e com o advento dos aplicativos de mensagem e redes sociais, conseguimos interagir com um número enorme de pessoas. Tudo o que falamos, digitamos ou postamos, por mais besta que possa parecer, pode ser usado para te desgastar. É o preço da exposição.
Ao mesmo tempo que hoje temos liberdade plena de expressão, temos a consequência disso: a obrigação de lidar com o efeito que nossos ditos e/ou feitos geram para diferentes tipos de pessoas, nossos amigos, nossos colegas de trabalho, aqueles que não vão com a tua cara, aqueles que te odeiam, os que te invejam ou simplesmente pessoas fofoqueiras que precisam deste tipo de informação para se sentirem importantes ao transmitirem algo que vai depor contra você. É o que chamo de “ditadura da liberdade”. Somos livres para falar fazer o que quisermos, mas ficamos atrelados aos nossos atos e palavras.
De igual modo, as regras de convivência social mudaram radicalmente nos últimos anos. O fato de se poder conviver virtualmente com outras pessoas fez com que possamos conviver com muito mais gente do que antes, mesmo no mundo real. Podemos encontrar e reencontrar pessoas, conhecer outras e confraternizar com um número inimaginável de “amigos”. Só que...
Eles não são amigos!
E esta é a grande dificuldade de hoje em dia: ter o cuidado de como se expressar em um mundo “politicamente correto” no falar, mas traiçoeiramente falso no conviver. Quem nunca passou por uma situação constrangedora por achar que está entre amigos, quando de fato a situação não era esta? De minha parte, foram diversas.
Para se proteger deste tipo de contratempo, é necessário seguir algumas regras básicas, vigentes desde os tempos pré-virtuais: não discutir futebol, política ou religião; não falar dos parentes dos outros; não falar nem decidir na hora da raiva; não se gabar de suas conquistas, etc.
Pensar e analisar o ambiente (real ou virtual) e as pessoas que ali estão é, no mundo de hoje, uma decisão básica. Saber se comportar nos mais diversos ambientes sempre foi uma questão de etiqueta. E o mais importante: entenda que o fato de determinadas pessoas te tratarem bem, com educação e serem gentis contigo, não quer dizer que são tuas amigas. Hoje, mais do que nunca, o bom convívio social é uma regra, mas não confunda isso com amizade.
Aprenda esta lição. Reavalie as situações parecidas que já aconteceram com você e tente enxergar que cordialidade não é amizade. Sua vida vai melhorar, tenho certeza!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA