colunista

Odilon Rios

Odilon Rios é jornalista, editor do portal Repórter Nordeste e escritor. Autor de 4 livros, mais recente é Bode Pendurado no Sino & Outras Crônicas (2023)

Conteúdo Opinativo

Mosteiro multiuso em Maragogi

17/08/2024 - 06:00

ACESSIBILIDADE


Na paisagem colonial brasileira, os mosteiros adquiriram múltiplas funções, e alguns se destacaram mais que outros. Eram fortalezas, dormitórios, igrejas. Em comum, a ideia de territorializar um espaço e manter o controle do Estado em regiões remotas ou não.

O mosteiro de São Bento em Olinda é um dos mais famosos e mais bem preservados do país, diferente do mosteiro também de São Bento, em Maragogi, talvez erguido no século 17 e hoje em ruínas.

No passado recente, houve várias tentativas de reformá-lo para evitar a destruição completa pelo tempo e o descaso. Nenhuma delas foi adiante. Uma placa lembra que o então presidente Jair Bolsonaro inaugurou estacas de madeira que seguram a estrutura de pedra para evitar que ela desmorone. Muito pouco para a importância deste prédio que testemunhou o passado colonial brasileiro.

Não há muitas informações sobre o passado desse mosteiro. Algumas correntes da História defendem que ele servia como ponto de aviso, enviando sinais a Porto Calvo através de um sistema próprio de comunicação (talvez espelhos) avisando da presença de invasores no litoral norte alagoano. Há quem defenda ainda que o mosteiro era um ponto de descanso de tropas que seguiam viagem para Olinda.

Hoje, no local, nada resta além das paredes de pedra pouco conservadas e um cemitério atrás dessa estrutura. Os túmulos mais antigos são datados do início do século passado. Mas é possível que existam pessoas enterradas nas paredes desse cemitério. Pistas que indicam isso? A parede de pedras parece ser oca por dentro, e a estrutura se assemelha a um ossário.

Não há também informações sobre possíveis escavações no chão do mosteiro, em tijolo de barro batido, assim como nas paredes.

O Mosteiro de São Bento em Maragogi fica em um cenário paradisíaco: no topo de uma colina com uma visão fantástica do mar azul-turquesa na cidade alagoana que faz divisa com Pernambuco. Não se paga nada para chegar lá: a estrada é de paralelepípedo, e quem vai de carro precisa estacionar alguns metros antes da estrutura histórica.

No local, há passarelas de madeira e pontos para tirar fotos. Turistas ou casais aproveitam o registro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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