Pedro Oliveira é jornalista , escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

Conteúdo Opinativo

Os trapalhões

25/08/2024 - 06:00

ACESSIBILIDADE


Pasmem, a Câmara dos Deputados criou uma comissão com quase 40 membros com o objetivo de “acompanhar as investigações sobre o trágico acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, São Paulo, com a queda do avião da empresa Voepass, no qual morreram 62 pessoas”.

Desde a ocorrência do acidente todos os órgãos da aviação civil, Aeronáutica, Polícia Científica, Polícia Federal, órgãos internacionais, onde o avião é fabricado (França) e onde são fabricados os motores (Canadá) trabalham na investigação que pode durar meses e a coordenação das operações cabe ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à FAB. Agora vem a pergunta: o que um magote de ignorantes vai fazer a não ser atrapalhar, gastar dinheiro público e tirar “selfies” para redes sociais? Os trapalhões.

Caça bandidos


No primeiro fim de semana de campanha de candidatas e candidatos das eleições municipais deste ano, o aplicativo Pardal 2024, desenvolvido pela Justiça Eleitoral, recebeu 4.396 denúncias até as 18h da segunda-feira (19), vindas principalmente dos estados de São Paulo (695), Minas Gerais (514) e do Rio Grande do Sul (422). A propaganda eleitoral das Eleições 2024 para os cargos de prefeito e vereador começou na sexta-feira da semana passada (16). A versão atualizada do aplicativo pode ser baixada gratuitamente nas lojas de dispositivos móveis (faça o download no Google Play ou na App Store). Vamos mostrar que por aqui também denunciamos os “bandidos dos votos”. Baixe o aplicativo e denuncie.

O amigo oculto


Não está sendo fácil para o candidato do MDB Rafael Brito e as principais lideranças da oposição em Maceió esconder o senador Renan Calheiros do eleitorado, nas atividades de campanha. Até por “dever de ofício”, pois é ele, exatamente o pai da candidatura de Brito e o cacique das tribos que formam uma aliança. Sem dúvida, o político mais rejeitado entre todos na capital. Já está comprovado que a sua companhia tira votos (muitos) de qualquer candidato. Por aqui ele é conhecido como “Mandacaru, não dá sombra e quem encostar nele sai ferido”.

O poder excêntrico


A foto que ilustra esse texto é de muito simbolismo na história da política brasileira. Uma reunião na sede do STF, para a qual foram “convocados” os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e representantes da Presidência da República, foi tratada como se fosse a coisa mais normal do mundo. Como diz o texto de Mário Sabino (Metrópoles), mas é estranha. Como é que o Judiciário pode participar de discussão política entre o Legislativo e o Executivo sobre as formas de liberação de dinheiro público? Que o Judiciário virou poder político, todos sabemos, mas transformar a constitucional “harmonia” em “rodadas de ajustes e entendimento” é um pouco demais. Misturou-se quem detém mandato popular legítimo com quem não o abriga, mas manda e pronto.

Por baixo dos panos


O problema com essas emendas parlamentares é o tráfico poderoso de bilhões de dinheiro público para bancar campanhas políticas, enriquecer prefeitos, deputados, senadores e muita gente grande. Se chegassem intactas ao seu destino, não teria problema, mas o ralo da bandalheira leva a maior parte. E o pior, tudo por baixo dos panos. O que disse o presidente Lula: “Sou plenamente favorável ao direito dos deputados de apresentar emendas, mas com transparência. É normal que um deputado, eleito pela sua cidade, tenha o direito de propor emendas para realizar obras em sua região”.

Em Palmeira é Mosabelle


Em Palmeira dos Índios toma conta da cidade um sentimento de redenção após quase oito anos de declínio econômico, índices de condições de vida cada vez mais negativos, perseguição, assédio moral e muitas histórias de desvios e crimes contra a administração pública. Ao mesmo tempo, pode-se notar a busca da autoestima perdida e a esperança de um futuro que os palmeirenses clamam. O nome mais em evidência para operar essas mudanças é o de Mosabelle Ribeiro, que tem o compromisso de resgatar a vida da cidade.

Em Penedo é Ronaldo Lopes


Para que o candidato a prefeito Ronaldo Lopes, de Penedo, seja considerado vencedor, só falta mesmo contar os votos. Desde o lançamento das candidaturas, o seu concorrente, que já foi prefeito da cidade, Marcius Beltrão, carrega números inexpressivos e sofre uma alta rejeição. É o povo penedense retribuindo o resultado de uma boa administração.

Sem concorrente


A escolha para prefeito em 214 cidades do país está praticamente definida. Nesses municípios só há um candidato para o cargo. Um único voto já pode garantir a vitória. Cidades representam 3,8% do total no Brasil. Com apenas um nome na disputa, o voto do próprio candidato já pode garantir sua vitória no dia 6 de outubro. As 214 cidades correspondem a 3,84% do total de municípios do país, que somam 5.569 localidades. Em Alagoas estão quatro dessas cidades: Branquinha, Cacimbinhas, Jaramataia e Mar Vermelho. Nada democrático esse quadro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato