Justiça eleitoral, jaboticaba ou besteira?

“Se só existe no Brasil e não é jabuticaba, é besteira”. Essa frase costuma ser atribuída ao economista Mário Henrique Simonsen, que desaprovava soluções inventivas demais para os problemas nacionais.

Dizem que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só existe aqui. Isso porque, além de realizar tarefas tradicionais de uma Corte, o órgão também desempenha várias funções executivas, que poderiam ser resolvidas na justiça comum.

Acontece que, em regra, a Justiça Eleitoral brasileira é leniente, politizada e abusivamente lenta. Não se justifica que, à véspera de uma eleição, estejam sendo julgados casos do último pleito, dois anos depois de os eleitos tomarem posse. A exemplo de casos de abuso de poder político e econômico.

Leilão de voto

Não demora e a Bolsa de Valores vai se instalar por aqui, com o objetivo de operar o controle no processo eleitoral na capital e no interior. Faz-se necessária a instalação da “hasta pública”, pelo volume excessivo nas produções de cadastros eleitorais, que nada mais é do que a imoral compra de votos, com “clientes” registrados e pagos pelos cabos eleitorais. Uma Justiça complacente só observa, sem nenhuma ação.

Arthur Lira

Ninguém imagine que o deputado Arthur Lira, ao terminar seu mandato como presidente da Câmara, vai descer à planície e ser apenas mais um. Matreiro e dono de um admirável poder de negociação, vai continuar como uma das maiores lideranças do Congresso, com prestígio em alta no Palácio do Planalto. É muito provável que lhe seja dada a Comissão de Constituição de Justiça (a mais importante da casa) ou, quem sabe, um ministério no Governo Lula. As conversas estão caminhando.

Debandada no PT

O escândalo do PT alagoano envolvendo a destinação do Fundo Eleitoral, distribuído como critério de compadrio para parentes e amigos, ainda repercute e tem deixado muitos “companheiros” desapontados. Habituados com a grana fácil e a não precisar trabalhar, o diretório estadual petista deixou muita gente descontente, e alguns já começam a abandonar o partido.

Dois nomes

Apesar da catástrofe irremediável da candidatura da tia do prefeito Júlio Silva, em Palmeira dos Índios, ainda resta esperança de que a população reaja pelo soerguimento de uma terra destruída por má administração, desvios de finalidade e negligência administrativa.

Na ponta da linha de uma alternativa que possa garantir a estabilidade administrativa e moral do município, dois nomes a se considerar: Mosabelle Ribeiro e Gervásio Neto.

Bolsa Família no jogo

Beneficiários do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de aposta virtual. O montante foi desembolsado por membros de 5 milhões de famílias com direito ao benefício social. Entre eles, 4 milhões são chefes de família, ou seja, aqueles que recebem diretamente a renda do governo. Só estes enviaram R$ 2 bilhões (67% do volume total) por Pix para as bets em agosto.

Famílias de baixa renda são as mais prejudicadas pelas apostas esportivas. Imagine quando oficializar. Normal, não?