DURANTE JULGAMENTO

Advogado de serial killer pede condenação de Arcanjo Miguel em júri; veja

Albino Santos de Lima declarou em depoimentos que estava possuído durante crimes
Por Bruno Fernandes e Ana Luíza Ambrósio 06/06/2025 - 12:30
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Albino Santos de Lima, conhecido como o Serial Killer de Maceió
Albino Santos de Lima, conhecido como o Serial Killer de Maceió

O advogado de Albino Santos de Lima, Geoberto Bernardo de Lima, causou espanto entre os que acompanhavam o julgamento sobre o assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo ao dizer que a responsabilidade desse e de outros crimes seria do Arcanjo Miguel — e não do seu cliente. A justificativa? Albino declarou em outros depoimentos e julgamentos que estava "possuído" por uma entidade espiritual ao cometer os assassinatos.

O promotor Antônio Vilas Boas, que sustenta a tese de homicídio triplamente qualificado rebateu, apresentando laudos que comprovam a plena sanidade do réu. E reagiu à fala do advogado com a frase: "O tribunal do júri não é lugar de praticar filosofia."

Durante o depoimento sobre as mortes de Louise Gybson Vieira de Melo e Tâmara Vanessa da Silva Santos, Albino declarou que não se lembra dos crimes e que teria agido sob influência de uma entidade espiritual.

“O que aconteceu de fato eu não me recordo, eu fui possuído pelo Arcanjo Miguel da justiça. Na Praça Padrinho Cícero, eu estava saindo da igreja em direção à minha casa e fui possuído pelo fogo do Arcanjo Miguel. Eu não sabia que era eu, eu fiquei sabendo depois da perícia que eu usei a pistola do meu pai, que ele não tinha conhecimento que eu usava pra fazer essa vontade divina.”

Albino, que ganhou o apelido de serial killer de Maceió por suposto envolvimento em 18 homicídios na cidade, senta no banco de réus pelo assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo, jovem trans morta a tiros em novembro do ano passado, no bairro Vergel do Lago.

Louise foi morta na noite de 11 de novembro de 2023 quando voltava a pé da escola para a residência dela. Ela percebeu estar sendo seguida e chegou a pedir ajuda a uma amiga, mas foi surpreendida por disparos que a atingiram na cabeça, resultando em sua morte instantânea.

A investigação da Polícia Civil identificou Albino como autor do crime, após reunir provas como depoimentos, imagens, materiais apreendidos e perícia balística.

Segundo o MPAL, o réu teria perseguido Louise por cerca de sete meses, após vê-la em uma academia, observando seus passos nas redes sociais e traçando um plano para matá-la. O caso passou a ser tratado como feminicídio após a constatação de um padrão nas vítimas e na forma de agir do acusado.


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