Roteiro: reduto do Centrão em Alagoas deixa moradores sem remédio

A cidade de Roteiro, em Alagoas, conhecida como reduto do Centrão e com pouco mais de 6 mil habitantes, enfrenta uma situação preocupante na área da saúde. Mesmo contando com três postos de saúde e uma máquina de ultrassom, além de verba milionária na prefeitura proveniente de emendas parlamentares de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, tem sofrido com a falta de remédios básicos e a impossibilidade de realizar exames.

Informações publicadas pelo portal Metrópoles nesta quinta-feira (27) revelam que nos últimos meses, os moradores de Roteiro enfrentaram escassez de medicamentos essenciais, como dipirona, antibióticos e anti-inflamatórios, devido à falta de estoque.

Os pedidos feitos ao Consórcio Público de Saúde da Microrregião Sul (Conisul) no final de 2022 e início de 2023 não foram atendidos, uma vez que a prefeitura, comandada por Alysson Reis (PP) não emitiu a ordem de pagamento, alegando insuficiência de recursos naquele momento.

Essa situação persistiu durante o primeiro semestre e, somente na segunda leva de pedidos do Conisul de 2023, a situação foi amenizada com a regularização dos medicamentos.

Apesar de receber expressivos recursos federais destinados à saúde, como R$ 3,8 milhões no último ano e um montante total de R$ 13,8 milhões desde 2019, a precariedade dos serviços públicos de saúde em Roteiro permanece alarmante.

Em comparação com a cidade vizinha, Barra de São Miguel, que possui uma população 24% maior e recebeu R$ 11,8 milhões, a discrepância nos investimentos torna a situação ainda mais preocupante.

A falta de transparência na aplicação desses recursos agrava a situação, uma vez que não é possível obter explicações detalhadas sobre o destino dos R$ 13,8 milhões recebidos em verbas federais.

O Portal de Transparência do município encontra-se em parte indisponível, informando estar "em manutenção", e os últimos contratos publicados no site da prefeitura datam de 2020.

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