A Polícia Civil de Alagoas ainda investiga outros influenciadores digitais envolvidos com o "jogo do tigrinho", tipo de cassino online oferecido por diversos sites, onde o usuário deve depositar dinheiro de forma prévia para participar. Em 17 de junho, a Operação Game Over cumpriu mandados de busca e apreensão contra influenciadores que incentivam seguidores a fazerem as apostas, o que configura crime de estelionato.

A operação, segundo a Polícia Civil de Alagoas, foi apenas a primeira fase que teve como alvos os influenciadores pioneiros na divulgação de jogos de azar online no estado. Há mais influenciadores sendo investigados por terem uma atuação semelhante. Em entrevista ao site "Cada Minuto", o delegado Lucimério Santos informou que não há um número estimado de influenciadores envolvidos com o "jogo do tigrinho" em Alagoas. 

"O jogo e a sua divulgação se popularizam muito rapidamente em todo país e há muitos influenciadores que se dedicam exclusivamente a realizar essa prática devido a facilidade para conseguir contratos e links para divulgação, já que é um mercado totalmente informal e a maioria dos acertos são realizados por meio de conversas em aplicativos de mensagens com os gerentes das plataformas".

A investigação mostrou que influenciadores digitais recebiam dos intermediadores contas viciadas, programadas para ganhar, e desta forma incentivar seus seguidores a fazerem apostas. Os intermediadores também davam orientações sobre como fazer as publicações nas redes sociais.

"Para atrair os seguidores, os influenciadores costumam postar os links das plataformas de jogos seguidos de supostos ganhos obtidos, além de ostentarem viagens, aquisições de carros de luxo, imóveis, joias e itens de vestuário de grifes famosas internacionalmente", explicou o delegado.

A operação bloqueou as contas dos investigados e os proibiu de sair do país. Foram apreendidos passaportes e bens de influenciadores ligados ao jogo, como três carros de luxo (dois Porsches e um Volvo), um Fiat Fastback, uma lancha, joias, celulares, dinheiro e passaporte. O valor dos bens apreendidos chega aos R$ 38 milhões.