Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Nordeste brasileiro deve registrar mais de 21 mil novos casos anuais de câncer de próstata entre 2023 e 2025, sendo que a Bahia lidera a prevalência com 6.510 casos por ano, totalizando 79 casos para cada 100 mil habitantes. Esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre homens, atrás apenas dos tumores de pele.

Amanda Leite, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), destaca que homens negros enfrentam maior risco de desenvolver esse câncer, sendo essa uma possível explicação para os altos índices na Bahia. A razão para essa predisposição racial ainda é desconhecida.

“O tumor costuma não apresentar sintomas e, quando apresenta, pode ser confundido com crescimento de tumor benigno da próstata, portanto, é fundamental avaliar pelos exames: (PSA) proteína produzida pelo tecido prostático e o exame de toque retal, que propicia descobrir a doença em fase mais inicial”, explica.

Em Alagoas, o número de novos casos anuais é estimado em 930, com prevalência de 57 casos para cada 100 mil habitantes. O dado coloca o estado entre os que têm menores taxas da região, mas ainda assim acende o alerta para a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce.

No contexto da campanha Novembro Azul, especialistas reforçam a importância de check-ups anuais e exames como o PSA e o toque retal, que permitem diagnósticos em fases iniciais. Estudos indicam que muitos homens só buscam ajuda médica quando sintomas já estão presentes.

O presidente da SBCO, Rodrigo Nascimento, recomenda a prática de hábitos saudáveis, como atividades físicas e alimentação equilibrada, além de evitar o tabagismo, para reduzir o risco de câncer. Entre os fatores de risco estão idade avançada, raça, histórico familiar e obesidade.

“Além dos exames para prevenção, há outras atitudes preventivas que são fundamentais para a saúde como a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, além de não fumar”.

O tratamento do câncer de próstata varia conforme a fase da doença, podendo incluir cirurgia, radioterapia ou terapia hormonal. Para casos avançados, uma equipe multidisciplinar define o tratamento adequado.