JUSTIÇA

Mulher agredida pelo advogado João Neto vai pedir medida protetiva

Advogada da vítima informou que também vai ingressar com pedido de separação
Por Adja Alvorável 17/04/2025 - 19:30
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Reprodução/vídeo
Imagens foram registradas por câmeras de monitoramento
Imagens foram registradas por câmeras de monitoramento

A mulher que acusa o advogado e influenciador João Neto de agressão vai pedir à Justiça uma medida protetiva e separação. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, 17, pela advogada da vítima, Júlia Nunes.

“Já conseguimos provas conclusivas de que a companhia sofria violência doméstica”, afirmou. “Vamos formalizar as demais denúncias de violência doméstica, ingressar com ação de dissolução de união estável e requerer a medida protetiva”, concluiu.

João Neto está preso preventivamente desde segunda-feira, 14, dia em que supostamente agrediu a então companheira no apartamento onde moravam, na Ponta Verde, em Maceió. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que ele tenta tirar a mulher à força do imóvel.

Nas imagens, a vítima aparece sendo empurrada até cair no chão, enquanto um funcionário observa e não interfere. Em outro vídeo, há sangue no corredor do prédio. A mulher precisou levar três pontos no queixo.

A defesa de João Neto nega a agressão e alega que ela caiu ao ser retirada do apartamento. Entretanto, a delegada Ana Luiza, que conduz a investigação, afirmou: “Já tivemos acesso a todos os vídeos e eles só corroboram o que foi dito pela vítima. Na verdade, são vários vídeos e, juntando todos, mostram que realmente houve violência doméstica”, afirmou.

Em depoimento, a vítima contou que mantinha um relacionamento com João Neto há cerca de dois anos e que não foi a primeira vez que sofreu agressões. Um dos episódios anteriores teria ocorrido em outubro de 2024, quando ela foi levada ao hospital com ferimentos na cabeça.

João Neto, de 47 anos, é advogado criminalista, ex-policial militar da Bahia e influenciador digital, com mais de dois milhões de seguidores nas redes sociais. Conhecido por declarações polêmicas, ele chegou a afirmar que um homem teria o direito de agredir uma mulher, comparando a situação a relatos bíblicos.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL) informou que o processo disciplinar contra ele corre em sigilo, mas divulgou nota repudiando qualquer forma de violência contra a mulher.


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