Juiz acusa Trump de atacar estado de direito e ameaça prendê-lo

Por Agência Estado 06/05/2024 - 22:03

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O juiz Juan Merchan, que preside o julgamento criminal de Donald Trump em Manhattan, repreendeu, multou e ameaçou prender o ex-presidente ontem por, segundo ele, montar "um ataque direto ao estado de direito". Merchan acusou o republicano, que também é pré-candidato à Casa Branca este ano, de desrespeitar o tribunal ao não cumprir uma ordem de silêncio que o proíbe de atacar os envolvidos no processo.
O juiz multou o ex-presidente em US$ 1 mil (cerca de R$ 5 mil) e advertiu que, daqui para frente, outras violações poderiam resultar em prisão.

Foi a segunda vez em duas semanas que Trump foi punido por quebrar a ordem de silêncio, que o proíbe de atacar promotores, júri, testemunhas e outros. Entre as violações das quais Trump foi acusado pela promotoria, o juiz Merchan levou mais a sério aquelas que envolvem o júri.

Segundo o New York Times, o juiz se baseou em uma entrevista do dia 22 de abril, na qual Trump disse ao site de extrema direita Real America’s Voice que o júri era "quase todo democrata". "É uma situação muito injusta", disse ele.

Os depoimentos de testemunhas do processo foram retomados ontem após a decisão de Merchan, no 12º dia do julgamento.

De modo geral, os promotores estão preparando o terreno para o testemunho fundamental de Michael Cohen, que atuava como um "faz-tudo" do magnata e pagou US$ 130 mil para a atriz pornô Stormy Daniels pelo silêncio sobre um encontro sexual com Trump durante sua campanha de 2016. Cohen foi condenado e preso pelo esquema de uso de dinheiro secreto.

Trump é acusado de falsificar os registros internos da empresa para encobrir os pagamentos da propina, classificando-os como despesas legais. O ex-presidente se declarou inocente.


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