Lideranças de diversos setores apresentam sugestões

Por Valdete Calheiros Especial para o EXTRA 01/10/2018 - 09:26
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Foto: Divulgação
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George Santoro cita exemplo da Nota Fiscal Cidadã

As afirmações de Renan Filho são corroboradas pelo secretário de Estado da Fazenda, George Santoro.  Ele citou o projeto Nota Fiscal Cidadã, como grande incentivo à sociedade civil.

“É uma iniciativa da própria Secretaria da Fazenda com efetiva participação da sociedade civil. A Fazenda propicia recursos para entidades civis; já temos mais de 70 instituições sociais que recebem apoio financeiro da Sefaz, do governo do Estado. Esses recursos são destinados para suas ações sociais, que são feitas com muita eficiência e uma grande capilaridade, atendendo centenas de pessoas. São pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Então, esse projeto também é um exemplo de parceria. E há diversos outros exemplos de parceria que podem ser desenvolvidas. Ou seja, com o investimento privado gerando melhores serviços para a população e, ao mesmo tempo, um aumento do controle social das atividades do governo, o que melhora o controle, a transparência, qualidade e produtividade dos recursos públicos”, frisou George Santoro.

O secretário da Fazenda destaca que seria bom que o empresariado ir a uma grota, por exemplo, compreender como vive aquela parcela da população, entender as repercussões que as parcerias poderiam gerar na vida das pessoas.

“Nesse sentido, o projeto Vida Nova nas Grotas foi bastante meritório, por propiciar, através de um órgão internacional, que é o ONU Habitat, parcerias e possibilidades diversas. Tivemos um caso recente, que foi um projeto que utilizou o jogo de computador, o Minecraft. Nessa iniciativa, reunimos jovens alagoanos para que projetassem espaços públicos em uma área pré-definida. É um exemplo de interação”, enumerou o titular da Fazenda.

São iniciativas meritórias, sem dúvida, especialmente em comparação a gestões anteriores, mas ainda longe do suficiente para retirar o estado do atraso secular a que sempre esteve submetido.

Rafael Tenório defende agricultura diversificada

Para o presidente do CSA, Rafael Tenório, todos os setores produtivos e empresarial, juntamente com o governo do Estado, devem identificar o perfil de cada região para explorar o seu potencial, seja no turismo, no comércio ou na indústria.

Rafael Tenório é empresário, agropecuarista e produtor rural. Ele acredita que a agricultura alagoana deveria ser diversificada e tecnificada a fim de priorizar as necessidades de consumo interno.

“Não produzimos nem 10% do milho, soja ou mandioca que consumimos. Isso sem falar nas frutas e verduras de modo em geral”. De acordo com ele, deve-se incentivar a vinda de pequenas e médias indústrias, principalmente de alimentos e limpeza. Isso sem esquecer, destaca, de investir em cursos profissionalizantes, capacitando e qualificando profissionais.

“É preciso também pensar em alternativas para o agronegócio do açúcar e para a ocupação das áreas hoje ociosas da cana-de-açúcar. E incentivar adequadamente o nosso potencial na área do leite. Temos umas das melhores bacias leiteiras do Brasil. Além disso, o nosso estado, logisticamente é um polo, pois estamos no centro do Nordeste. São apenas 500 quilômetros de distância de Salvador, 250 de Recife, mil de Fortaleza. Nosso potencial é muito grande. Enfim, precisamos juntar, fortalecer e pensar em um Estado desenvolvido e promissor”, avaliou Rafael Tenório. 

Rui Palmeira destaca importância das parcerias

Segundo o prefeito Rui Palmeira (PSDB), a parceria entre o poder público e a iniciativa privada é de fundamental importância para o desenvolvimento dos municípios. Neste sentido, disse ele, a Prefeitura de Maceió trabalha para manter parcerias com empresas que têm o interesse de contribuir com a cidade.

“O programa de adoção de áreas públicas (Lei nº 6.286 de 2013) criado em Maceió é umas das iniciativas exitosas de nossa gestão. Instituímos uma importante modalidade de investimento em benefício da cidade. É uma forma de a iniciativa privada colaborar diretamente com o desenvolvimento da capital por meio de melhorias em áreas públicas, seja na construção ou revitalização de espaços. O programa foi reforçado em 2017, alcançando uma média de 20 áreas adotadas. Esta modalidade também beneficia a gestão municipal em relação à economia de recursos, que passam a ser aplicados em outras áreas de maior necessidade” defendeu o gestor de Maceió.

Renan Calheiros lembra melhoria na infraestrutura

Para o senador e candidato à reeleição Renan Calheiros (MDB), as parcerias do Estado de Alagoas com o empresariado industrial, comercial, agropecuário e de serviços experimentaram um inédito salto de quantidade e qualidade nos últimos quatro anos. E todos os indicativos apontam para avanços importantes no futuro próximo.

“Tenho satisfação e orgulho em ser parte ativa nesse processo. O trabalho desenvolvido em Brasília, seja como presidente do Senado ou na liderança da bancada, nos deu força política para trazer investimentos federais pesados para o estado. A infraestrutura, particularmente, teve uma expansão notável em curto espaço de tempo”, ratificou.

Ainda conforme Renan Calheiros, quem investir na implantação de uma indústria, em qualquer parte de Alagoas, por exemplo, terá boas estradas para escoar sua produção. “Temos hoje a segunda melhor malha rodoviária do país, segundo a Confederação Nacional dos Transportes. Conseguimos duplicar as estradas estaduais e federais mais importantes, inclusive a ligação Maceió-Arapiraca. A logística se completa com a dragagem do Porto de Maceió, que permite a atracação de navios de grande porte, e o Aeroporto 

Zumbi dos Palmares recebendo novos voos”, mencionou.

O senador citou também as obras hídricas em andamento que colocam Alagoas em posição única no Nordeste. “O Canal do Sertão, que será concluído no segundo governo de Renan Filho, vai abrir novas oportunidades de investimento em uma vasta área do nosso território. Da mesma forma, graças ao programa Luz para Todos, a energia elétrica chegou a localidades antes isoladas”, lembrou.

“E temos duas outras vantagens comparativas inestimáveis. O Estado conquistou o equilíbrio fiscal e até uma margem segura para investir recursos próprios. Isso melhora muito o ambiente de negócios em Alagoas. Qualquer empresa sabe que é bom ser fornecedor de um governo que tem as contas arrumadas”, assegurou o senador Renan Calheiros.

Rodrigo Cunha: político deve ser intermediário

O deputado estadual e candidato ao Senado, Rodrigo Cunha (PSDB), disse acreditar que o político pode ser o intermediário entre o empresariado e a sociedade. Articulando, buscando recursos, apresentando projetos e pontos que podem ser trabalhados e que tragam benefícios para as duas partes.

“Dessa maneira, as parcerias público-privada são uma importante ferramenta para o desenvolvimento social, à medida que trazem a possibilidade de crescimento e melhorias através da geração de emprego, fomentando a responsabilidade social do empresariado alagoano”, defendeu. 

BNB é responsável por 70% dos financiamentos de longo prazo

O superintendente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Alagoas, Pedro Ermírio de Almeida Freitas Filho, disse que o banco atua em todos os municípios alagoanos. “Isso possibilita que, mesmo detendo 8,8 % da rede bancária do estado (17 agências), sejamos responsáveis por 70% do total de financiamentos de longo prazo praticados em território alagoano e por 56,4% do crédito rural”.

Segundo o superintendente, as ações também levam em conta diversos instrumentos que possibilitam ir além da intermediação financeira, buscando contribuir para garantir a sustentabilidade dos empreendimentos financiados, associada à melhoria das condições de vida da população nordestina.

Como exemplo, ele destaca os Agentes de Desenvolvimento, as Agências Itinerantes, as Políticas de Desenvolvimento Territorial, o Crediamigo e o Agroamigo (Programas de Microcrédito Produtivo Orientado), bem como o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste.  

Pedro Ermírio revela que, quanto à alocação de recursos, nos últimos quatro anos (2014-2017), o BNB respondeu por cerca de R$ 4 bilhões investidos nos mais diversos setores da economia alagoana, contemplando todos os portes de empreendimentos, além de microempreendedores individuas, produtores rurais e agricultores familiares.

“O valor representa cerca de 4,5% da soma de recursos aplicados em toda a área de atuação do BNB e guarda proximidade com o percentual de participação do PIB do estado em relação ao PIB da região. Além disso, vale ressaltar que, em 2017, os valores dos financiamentos realizados pelo banco, em Alagoas, por meio do FNE, cresceram 16,68%, enquanto que a estimativa de crescimento do PIB alagoano, no mesmo período, ficou em 3%”, particularizou.

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

O superintendente do BNB em Alagoas disse ainda que o banco trabalha também com um orçamento global para apoiar os projetos produtivos da região, distribuídos por estado, na forma de planejamento participativo, com a ausculta da sociedade, representantes de entidade de classe e órgãos governamentais, e que levam em conta a dinâmica da economia de cada localidade, entre outros fatores.

“Os valores estabelecidos são tratados como piso e não como teto de financiamento. No último dia 13, realizamos nossa Programação Estadual para o orçamento 2019 do FNE e foram disponibilizados, na ocasião, cerca de R$ 700 milhões, dessa fonte de recursos, para Alagoas, no próximo ano. Normalmente, os estados, e Alagoas não é exceção, operam dentro do orçamento definido”, avaliou.

“Por fim, entendemos estar contemplada em nossas missão e visão a ideia do pacto pelo desenvolvimento de toda a região. Pela natureza de nossa instituição e forma de atuação, que engloba parcerias, busca por ampliação ao acesso ao crédito, interiorização dos recursos, fortalecimento das micro e pequenas empresas, apoio ao microcrédito, ao desenvolvimento científico e tecnológico, ao financiamento da infraestrutura, à formação de parcerias público-privadas, entre outras ações, nosso trabalho só é possível se realizado em conjunto com todos os que visam ao desenvolvimento da região”, explicou.

O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina. É uma sociedade de economia mista, pertencente à administração indireta da União, que tem a missão de “atuar como Banco de Desenvolvimento da Região Nordeste” e a visão de “ser o Banco preferido do Nordeste, reconhecido pela sua capacidade de promover o bem-estar das famílias e a competitividade das empresas da Região”.

A área de atuação abrange todos os estados do Nordeste, além do norte do Espírito Santo e de Minas Gerais. A principal fonte de recursos do BNB é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE, criado em 1989 com o objetivo de contribuir para redução da pobreza e das desigualdades inter e intrarregionais, por meio do financiamento de setores produtivos.

São visões distintas sobre os inúmeros problemas que afetam Alagoas. Problemas graves. Estruturais e sociais. Que somente serão resolvidos no longo prazo - desde que se comece já - para superar o estágio de subdesenvolvimento crônico que nos acomete desde nossos primórdios.

Oportunidade ímpar para que as forças vivas do estado juntem forças em torno de uma nova e moderna visão para Alagoas. É possível. É factível. Países e estados em estágio de subdesenvolvimento semelhante ao nosso conseguiram. Por que nós não podemos?


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