FUNDO PARTIDÁRIO
Campanhas a governo e Senado atingem os R$ 10 milhões
Impressão de panfletos, passeatas, carreatas, viagens, gravação de propagandas, publicidade, equipe de fotógrafos e jornalistas. Sem contar a agência que fica por trás das redes sociais. Fazer campanha política pode custar caro. Mas, quem tem os padrinhos certos já fica mais tranquilo. Afinal, uma vez eleito, o retorno do investimento tende a ser garantido. Na disputa ao governo de Alagoas, por exemplo, Renan Filho (MDB), Basile Christopoulos (Psol) e Josan Leite (PSL) já gastaram juntos, até o momento, cerca de R$ 2 milhões.
Pinto de Luna (Pros), o quarto candidato, ainda não declarou despesas à Justiça Eleitoral. O senador Fernando Collor (PTC), que desistiu do pleito, já tinha gastado R$ 1,2 milhão. Melquezedeque Farias (PCO), cuja candidatura foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL), não chegou a ter gastos.
Renan Filho, candidato à reeleição, foi quem mais gastou: R$ 1.921.764,94, seguido por Leite com R$ 40.839,35 (ambos registraram mais despesas do que receita) e Christopoulos R$ 34.401,07. Também está disponibilizado no site DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o valor recebido em doações por cada candidato. O governador “recebeu” um cheque gordo do pai, o senador Renan Calheiros (MDB). A quantia: R$ 450.000, na verdade saiu do bolso do presidente do CSA, Rafael Tenório, candidato a suplente do senador de Calheiros.
O governador também investiu na própria campanha o valor de R$ 340.400 e ainda contou com a ajuda financeira do secretário-chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias, que cedeu ao “patrão” uma Hilux, da Toyota, para campanha. Já Pinto de Luna foi agraciado com uma doação de R$ 80.000 do senador Benedito de Lira (PP), provenientes do fundo partidário.
O bolsonarista Josan Leite teve o apoio do ex-secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) Alex Gama de Santana: R$ 6.050; e do empresário Joaquim Prado Gomes de Barros, com R$ 5.000. Basile recebeu R$ 14.345 do fundo partidário, injetou R$ 13.500 do próprio bolso na campanha e teve o apoio da diretora-geral do Tribunal de Contas de Alagoas (TCE-AL) Celina Bravo: R$ 5.000.
QUANTOS ELES RECEBERAM
Renan Filho (MDB): R$ 812.670
Pinto de Luna (Pros): R$ 80.000
Josan Leite (PSL): R$ 20.600
Basile Christopoulos (Psol): R$ 40.778,80
Busca por cadeira no Senado é mais cara
A briga pelo Senado está mais acirrada do que pelo governo do Estado. Renan Calheiros e Benedito de Lira querem a todo custo a garantia de ficar mais oito anos no cargo em Brasília. Os dois buscam a reeleição em campanhas milionárias cujo valor é o dobro da disputa para se tornar governador. Calheiros declarou receita de R$ 2.520.068, sendo R$ 2.000.000 só do fundo partidário. O empresário e presidente do CSA, Rafael Tenório, suplente de Renan, aparece novamente na declaração dos Calheiros. Desta vez com doação de R$ 500.000. Vale lembrar que Tenório é o mais rico nas eleições de Alagoas. O patrimônio? A “bagatela” de R$ 71.251.493,33. Em gastos, Renan já declarou o valor de R$ 1.240.899,97.
O dançarino Biu de Lira não fica atrás quando o assunto é dinheiro para campanha: R$ 2.176.467 de receita, sendo R$ 2.140.692 do fundo partidário. Também recebeu a ajudinha do enteado, o vice-prefeito de Maceió Marcelo Palmeira com a cessão de uso de diárias de um veículo F4000, da Ford. E até o momento, com despesas, Biu teve R$ 1.679.640,92. Desse valor, R$ 400.000 foram destinados em atividades de militância e mobilização de rua e R$ 300.00 para produção de programas de rádio, televisão ou vídeo.
Rodrigo Cunha (PSDB), que afirmou que não iria disputar o governo de Alagoas por falta de recursos, surpreendeu ao declarar a receita de campanha ao Senado: R$ 1.580.618,58, sendo R$ 1.000.000 vindo do diretório nacional do partido. Recebeu ainda R$ 400.000 do PSB e R$ 66.773,00 do diretório regional tucano. Seu maior doador é o empresário Joaquim Prado Gomes de Barros, como R$ 20.000, que também apareceu na lista de receita como doador na campanha de Josan Leite. Como despesas, Cunha já declarou R$ 1.008.074,09. O maior gasto foi com gráfica, chegando a R$ 65.000. Com produção de vídeo e áudio, o valor investido foi de R$ 50.000.
Maurício Quintella (PR) foi quem mais recebeu do fundo partidário, vindo da direção nacional do partido: R$ 2.800.000. Gastou, até o momento, R$1.730.682,40 na campanha, sendo. R$ 800.000 em consultoria de marketing. Inclusive, o marketing de Quintella virou alvo de críticas, para não dizer piada, por elaborar uma campanha pedindo o segundo voto do eleitor. Durante propaganda veiculada nas mídias, o candidato cita outros senadores como o voto dos eleitores e pede para ser a segunda opção. Só a disputa ao Senado somou em receita R$ 9,1 milhões. Somando o valor com as receitas para governo do Estado, o valor chega a R$ 10,1 milhões.
QUANTO ELES RECEBERAM
Renan Calheiros (MDB): R$ 2.520.068
Benedito de Lira (PP): R$ 2.176.467
Rodrigo Cunha (PSDB): R$ 1.580.618,58
Maurício Quintella (PR): R$ 2.800.948
Flávio Moreno (PSL): R$ 60.000
Osvaldo Maciel (PCB): R$ 15.350,43
Cícero Albuquerque (Psol): R$ 16.738,89
Sérgio Cabral (Patri): Não teve receita