Hospital Sanatório é denunciado por atendimento precário

O Hospital Sanatório tem enfrentado problemas para manter os atendimentos à população. De acordo com denúncia recebida pelo EXTRA, a unidade de saúde estaria funcionando apenas com um médico plantonista, colocando em risco a vida de diversos pacientes. 

"Só há um médico plantonista. Se um paciente mais grave, por exemplo, e com indicação de UTI precisar de atendimento não conseguirá. As atividades no setor foram suspensas", relatou denunciante que não quis se identificar. 

"É apenas um profissional para cobrir todo hospital. E se ao mesmo tempo esse médico for chamado para uma intercorrência grave e outro paciente tiver uma parada cardíaca?", questionou. 

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sanatório, que é terceirizada, chegou a emitir uma nota suspendendo as internações por estar há seis meses sem pagamento. O hospital também enfrenta dificuldade quanto à obtenção de medicamentos. 

Em novembro, funcionários do hospital, de diversas classes, realizaram um protesto cobrando salários atrasados, pagamento de férias e de 13 º. Hoje a equipe médica está com salários atrasados há mais de três meses. 

O denunciante relatou ainda que o filho do diretor-médico do hospital recebe valores por estar de plantão sobreaviso. "No entanto, se alguma emergência cirúrgica chegar no hospital, por exemplo, ele não trabalha por não ter no quadro de funcionários anestesistas de plantão disponíveis, ou seja, ele apenas estaria ganhando o valor pago pelo plantão, sem trabalhar". 

Outro lado

Segundo o diretor administrativo do hospital, Júlio Bandeira, o hospital está realmente passando por problemas, mas todo o atendimento está sendo efetuado de maneira correta, sem maiores problemas.

"Nós temos um hospital passando por uma crise muito séria. Desde que foi anunciado o novo mapa em que o Sanatório está em uma área de risco, isso fez com que a procura de pacientes pelo hospital diminuísse muito", afirmou o diretor pontuando que o prejuízo mensal chega a ser de mais de R$ 1 milhão. 

"O hospital vive do que produz, dos pacientes que atende. Se a procura por pacientes de convênio e do SUS baixa, a receita também baixa". 

Ele diz ainda que o problema do Caso Pinheiro prejudicou muito o projeto do novo Sanatório. Quanto a falta de médicos anestesistas, o diretor informou que já foi fechado um acordo com a Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas (Coopanest) e que em breve a situação será regularizada. 

Sobre os pagamentos de funcionários, médicos e servidores atrasados, relatou que aguarda pagamento do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Alagoas (Ipaseal) para que a situação se regularize.

"Também estamos aguardando pagamento da Secretaria de Saúde do Estado do programa Mais Saúde que está em atraso desde outubro", finalizou.