MASSA FALIDA
Matriarca da Família Lyra questiona destino da Usina Guaxuma
Solange Queiroz afirma haver irregularidades em contrato de parceria
Alagoas se vê diante de um dos processos de falência mais controversos de sua história, com a Laginha Agroindustrial S/A, a holding que administrava o conglomerado de usinas de açúcar e etanol e demais empresas do falido Grupo JL no centro da tempestade legal.
O atual foco de tensão recai sobre o destino da Usina Guaxuma, um ativo estratégico com um valor estimado de quase R$ 1 bilhão. No entanto, essa questão está mergulhada em uma batalha jurídica complexa que tem potencial para prolongar ainda mais o processo de falência.
Agora a disputa se desenrola entre os herdeiros do fundador da Laginha, o ex-deputado João Lyra (falecido em 2021), e Solange Queiroz Ramiro da Costa, ex-esposa de JL e que também figura entre as credoras da massa falida. O foco da contenda é um contrato de parceria agrícola proposto para as terras da Usina Guaxuma.
A principal alegação dos herdeiros e da ex-esposa de Lyra é que a extensão indefinida do contrato de parceria pode acarretar na perpetuação da falência, prolongando o sofrimento dos envolvidos. Solange Queiroz ingressou publicamente no centro da disputa, depois de anos do desenrolar do processo falimentar, questionando a lisura do edital de contratação elaborado e lançado pela Administração Judicial da Massa Falida da Laginha, o escritório Telino & Barros Advogados Associados.
Os herdeiros também manifestam descontentamento com a atuação de Maria de Lourdes Lyra, a Lourdinha Lyra, filha mais velha de João Lyra, que exerce o papel de inventariante e que era curadora do pai até sua morte. Alguns irmãos, incluindo Thereza Collor, viúva de Pedro Collor de Mello, irmão do ex-presidente Fernando Collor, expressam o desejo de destituí-la, alegando irregularidades na gestão da falência.
A nomeação do escritório Telino & Barros como administrador judicial, o quinto a ocupar essa posição, encontra resistência por parte de herdeiros e credores que prefeririam uma “big four” para tal função. Entre as críticas levantadas, destaca-se a suposta falta de experiência adequada do escritório e a possível existência de um conflito de interesses de[1]vido à sua atuação prévia como advogado no processo.
A defesa de Solange Queiroz acusa o administrador judicial de prolongar deliberadamente a falência, em detrimento dos interesses dos credores. No centro do imbróglio está também o processo de chamamento público para a parceria agrícola na Usina Guaxuma. Segundo Solange Queiroz, esse processo nunca foi autorizado pelo Comitê de Credores, o que tornaria a parceria ilegal desde o início.
Ela argumenta que tal parceria, ao invés de monetizar os ativos da Guaxuma para pagamento dos credores, poderia prolongar o processo de falência por mais sete anos. Além disso, surgem acusações de irregularidades relacionadas a um consórcio formado por dez empresas que participam do processo de parceria agrícola.
Dentre os sócios dessas empresas, destaca-se Márcio Beltrão Siqueira, que litiga contra a Massa Falida alegando ser coproprietário das terras da Usina Guaxuma. Essas acusações de conluio e favorecimento a indivíduos com histórico duvidoso aumentam a complexidade do caso.
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