CASO BRASKEM
Vítimas questionam papel de professora contratada pela Diagonal em CPI
Natallya de Almeida realizou estudo financiado pela empresa em parceria com a UfalNa próxima terça-feira, 5, professores da Universidade Federal de Alagoas vão depor na Comissão Parlamentar de Inquérito do caso Braskem, no Congresso Nacional. Entre eles, a professora Natallya de Almeida Levino, pesquisadora da Feac.
Representantes das vítimas da Braskem, no entanto, questionam a participação da professora, alegando falta de isenção devido à pesquisa realizada para a Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios, contratada pela Braskem para elaborar o Plano de Ações Sociourbanísticas (PAS) para Maceió. A informação é do portal 082 Notícias.
Segundo as vítimas, a Diagonal embasou o acordo da mineradora com a Prefeitura e também atua em projetos para a Novonor, acionista da Braskem. O estudo da professora foi financiado pela Diagonal em parceria com a Ufal, no valor de R$ 82.262,87.
O estudo caracterizou os trabalhadores informais do antigo Mercado de Bebedouro e a população deslocada, subsidiando o processo de decisão do PAS, considerado abusivo pelas vítimas.
Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, critica a participação da professora, alegando que ela não pode mais ser isenta após a parceria com a Diagonal.
“Eu fui uma das primeiras pessoas a procurar o Departamento de Economia, de Administração da Ufal em 2019, 2020, em 2021 e eu sempre falei com a professora Natália [...] Eu entendo que ela não estava ingênua nesse processo. Ela sabia das relações da Diagonal com a Braskem, sabia da nossa crítica e, principalmente, participou do contradiagnóstico e criticou a Diagonal” relata.
Natallya Levino explicou que participará da CPI como pesquisadora, não representante da Ufal, discutindo os impactos do desastre causado pela Braskem.
“Minha participação versará sobre os resultados do projeto de pesquisa financiado pelo CNPq, cujo objetivo é analisar os impactos ambientais, sociais e econômicos do desastre do afundamento dos bairros pela extração inadequada de sal-gema pela Braskem”, destacou.