IBGE
Cresce número de mulheres que se tornam mães depois dos 40 anos em Alagoas
Decisão de adiar a maternidade tem a ver com escolarização e maior participação no mercadoO número de alagoanas que se tornaram mães a partir dos 40 anos de idade aumentou 12,4% em cinco anos. Segundo dados do estudo Estatísticas de Gênero, divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 o estado registrou 1.259 partos de mulheres que tinham entre 40 e 49 anos, frente a 1.103 registrados em 2018.
Segundo o IBGE, a decisão de adiar a chegada de filhos tem relação com escolarização e maior participação das mulheres no mercado. Os dados apontam que, em 2022, elas correspondiam a 60,3% dos estudantes concluintes nos cursos presenciais de graduação. A taxa de participação feminina na força de trabalho era de 53,3%, ainda muito inferior ao dos homens (73,2%), mas que vem crescendo no longo prazo.
Ana Lívia Soares, de 46 anos, é mãe de Bento, de cinco anos. Ela conta que não tinha planos de engravidar, mas recalcular a rota por causa do pequeno e teve que lidar com o preconceito.
"Foi uma surpresa total, tive que refazer os planos. Mas gravidez até que foi tranquila. Agora já estou acostumada, mas o mais difícil foi encarar os olhares estranhos das pessoas. Hoje, acho que melhorou. As pessoas aceitam melhor mulheres mais velhas com filhos pequenos", conta.
A faixa etária entre 40 e 49 anos de idade foi a única que registrou aumento nos últimos cinco anos em Alagoas. Em outras faixas etárias, o número de mulheres com filhos vem diminuindo ao longo dos anos, veja:
11.940 meninas e mulheres com idades entre 10 e 19 anos se tornaram mães em 2018; 7.883 em 2022 (queda de 34%)
26.212 mulheres com idades entre 20 e 29 anos se tornaram mães em 2018; 24.079 em 2022 (queda de 8,1%)
13.240 mulheres com idades entre 30 e 39 anos se tornaram mães em 2018; 12.514 em 2022 (queda de 5,5%)
1.103 mulheres com idades entre 40 e 49 anos se tornaram mães em 2018; 1.259 em 2022 (aumento de 12,4%)
A realidade registrada em Alagoas segue a tendência nacional. No geral, houve redução de 13% do número de filhos por mulheres no Brasil: de 2,94 milhões para 2,56 milhões de 2018 a 2022. O número de nascidos vivos de mães adolescentes caiu 42,9% entre 2010 e 2022, de 552,6 mil para 315,6 mil.
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