NO SENADO
"Braskem tenta transformar tragédia em negócio imobiliário", diz depoente
Presidente de associação, Alexandre Sampaio fez denúncia na CPIA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem recebe hoje, 9, representantes de associações de vítimas do desastre ambiental em Maceió, além do ex-procurador-geral de Alagoas, Francisco Malaquias de Almeida Júnior.
A investigação visa esclarecer os impactos e desdobramentos do incidente que afetou mais de 200 mil pessoas em 15 bairros da cidade.
O primeiro a prestar depoimento foi Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió.
Sampaio denunciou um suposto esquema em que a Braskem estaria planejando transformar os bairros devastados em um grande empreendimento residencial, visando lucrar com a tragédia.
De acordo com Sampaio, o modus operandi da empresa seria baseado nos contratos firmados com os antigos moradores das áreas afetadas.
"É a tentativa de transformar o maior crime socioambiental do mundo em um negócio imobiliário mais lucrativo do planeta", ressaltou o presidente da associação durante seu depoimento.
Essa suspeita já foi tema de debate na Assembleia Legislativa em Alagoas. Em março do ano passado, o então deputado Galba Novaes (MDB), hoje suplente, não mediu palavras ao falar da empresa no plenário.
Segundo o parlamentar, a empresa possivelmente pretende construir condomínios em área afetada pela mineração. "Suspeito de que lá farão um grande loteamento", avisou, afirmando que a Braskem comprou "a preço de banana" uma região nobre".