JUSTIÇA
Processo bilionário de falência da Laginha será encaminhado ao STF
Relator na ação diz que 13 dos 17 desembargadores envolvidos se declararam impedidos para julgarO processo bilionário de falência da Massa Falida da Laginha, um dos maiores do país, será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O encaminhamento obedece a pedido realizado na última quinta-feira, 9, pelo desembargador Carlos Cavalcanti, relator no processo. Pesa para a decisão o fato de que 13 dos 17 desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas que analisam o caso se declaram impedidos para julgar.
Entre as razões apontadas pelos desembargadores para participar do julgamento estão as objetivas, como processos anteriores ou suspeitos, e entre as razões subjetivas, a amizade. Um magistrado se declarou impedido por ter apresentado queixa-crime contra 28 advogados que atuam no processo da Laginha. Outro já havia atuado no caso como procurador.
O grupo analisa a falência da Laginha, conglomerado de usinas de açúcar e etanol em Alagoas, além de uma dívida bilionária com a Receita Federal estimada em R$ 3,4 bilhões. “Admitir que um processo seja julgado por um tribunal em que a maioria de seus membros está impedida ou suspeita seria uma afronta aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito”, disse o desembargador Carlos Cavalcanti na justificativa.
Nesses casos, a Constituição prevê que o julgamento cabe ao Supremo, para garantir a imparcialidade do processo. A decisão será tomada nos próximos dias pelo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas.
A falência do grupo Laginha foi decretada definitivamente em 2014, após a conversão do processo de recuperação judicial, que foi iniciado em 2008. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-19), este é o maior processo ativo em número de credores na área trabalhista.
No ano passado, a Justiça de Alagoas liberou R$ 61 milhões para credores da Laginha Agro Industrial, que pertencia ao empresário e ex-deputado federal João Lyra, falecido em 2021. O dinheiro seria destinado aos pagamentos de 17.320 mil credores trabalhistas e instituições financeiras que possuíam créditos com garantia real a receber.
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