Casos João de Assis
Julgamento dos réus acusados na morte de auditor será concluído nesta sexta
Fase de depoimentos chega ao final após oitiva de 34 testemunhas arroladas no processoA família acusada de torturar e assassinar o auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) João de Assis Pinto Neto, crime ocorrido em 2022, volta ao banco de réus nesta sexta-feira, 1º de novembro, para completar os depoimentos iniciados ontem. A previsão é de que o júri popular, realizado em Maceió, seja concluído ainda na manhã de hoje.
São julgados os irmãos Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo da Silva e João Marcos Gomes de Araújo; a mãe deles, Maria Selma Gomes Meira; e Vinicius Ricardo de Araújo Silva. Os cinco foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, além dos crimes conexos de fraude processual, corrupção de menor e ocultação de cadáver.
Os irmãos Ronaldo e Ricardo são acusados por torturar e matar o servidor público, que tinha 62 anos e estava no exercício da profissão, realizando uma fiscalização na empresa da família quando foi assassinado. Vinicius, Maria Selma e João Marcos são acusados de dar suporte moral aos executores para que lograssem êxito no plano criminoso.
Nesta quinta-feira, 31, o réu Ronaldo Araújo confessou o crime. Disse que esfaqueou a vítima sozinha e colocou no veículo dirigido por Vinicius. Também afirmou que ao golpear o auditor pela primeira vez, ele caiu morto. A tese da defesa é fazer Ronaldo assumir sozinho o crime para tentar a liberdade dos dois irmãos, principalmente o réu Ricardo, que já responde por crime de homicídio no Rio Grande do Norte.
Ricardo entrou em contradição no depoimento. À polícia, ele havia negado ter visto a vítima, mas no depoimento ao júri respondeu ao assistente de acusação que viu o auditor morto e coberto de sangue. O terceiro réu ouvido ontem foi Vinicius Araújo, que afirmou ter dirigido o carro com o corpo de João de Assis para desova.
Vinícius já tem passagem pela polícia, tendo sido preso por furto, segundo ele próprio informou. Ele afirmou que na hora do crime estava na frente do estabelecimento e só entrou quando o crime foi concluído. Disse que Ronaldo pediu pra ele pegar o Montana pra colocar o corpo da vítima e que ao chegar à Cachoeira do Meirim, Ronaldo colocou gasolina no corpo e ateou fogo.
A mãe dos réus, Selma Meira confessou no depoimento que chegou a limpar uma parte do local do crime, mas disse que não sabe quem matou. Segundo ela, ao chegar ao local do crime o filho João Marcos avisou "mãe aconteceu um crime aqui". Ela perguntou quem tinha matado e ele respondeu que "achava que foi Vinicius e Ronaldo".
O crime ocorreu em agosto de 2022 durante uma fiscalização de João de Assis em um depósito de bebidas no bairro Benedito Bentes, onde mercadorias roubadas eram investigadas. Em depoimento à polícia, Ronaldo confessou que matou o auditor com uma faca e que o apedrejou. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado em uma avenida do bairro, com 95% do corpo comprometido, segundo o Instituto Médico Legal. O estabelecimento era investigado por compra e venda de mercadoria roubada.