INVESTIGAÇÃO

Namorada de delator do PCC temia atentado durante estadia em Alagoas

Maria Helena esteve com Antônio Gritzbach em São Miguel dos Milagres
Por Redação 12/11/2024 - 20:29

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© Foto / Divulgação / Polícia Civil
Antonio Vinicius Lopes Gritzbach
Antonio Vinicius Lopes Gritzbach

A namorada de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto no Aeroporto Internacional de São Paulo na sexta-feira, 8, disse em depoimento à polícia que o empresário viu um homem parecido com o que o ameaçava durante um jantar em São Miguel dos Milagres, Alagoas.

Gritzbach e a namorada, Maria Helena Paiva Antunes, passaram alguns dias em Alagoas dias antes de o empresário ser fuzilado quando pretendia embarcar em uma Trail Blazer blindada que o aguardava em frente ao terminal 2 do aeroporto de Guarulhos.

Em depoimento à polícia, um dos responsáveis pela segurança do empresário, que também esteve em Maceió, afirmou que o delator e a namorada dele visitavam imóveis em São Miguel dos Milagres, onde pretendiam passar o réveillon com a família.

Gritzbach era jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), facção com a qual teria se envolvido na lavagem de dinheiro. Maria Helena disse que testemunhou Gritzbach comentar sobre ameaças de morte que recebia “por meio eletrônico”. 

“Na quarta-feira passada, estávamos jantando em São Miguel dos Milagres, quando Antônio Vinícius comentou que teria visto no local um homem muito parecido com um dos que o ameaçavam, mas achava que talvez não fosse ele, pois o homem que o ameaçava fumava excessivamente, e aquele não estava fumando.”

Maria Helena seguiu seu depoimento afirmando que, entre os dias 5 e 6, ouviu Gritzbach conversando ao telefone com uma pessoa que lhe devia dinheiro. “Posteriormente, ele determinou que o policial militar Samuel Tillvitz da Luz e o motorista Danilo Lima Silva fossem até Maceió buscar algumas joias que seriam parte do pagamento dessa dívida.”

As joias estavam com a vítima no momento do ataque e foram entregues ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Maria Helena relatou à polícia que o casal estava ciente de que seria aguardado, no aeroporto da Grande São Paulo, por policiais militares que faziam a segurança particular do empresário. Oito deles foram afastados de suas funções após a repercussão do caso.

Assim que o avião pousou em Guarulhos, Gritzbach recebeu um telefonema, no qual lhe foi informado que o Volkswagen Amarok, que faria sua escolta, estava com problemas mecânicos. Segundo os quatro policiais que faziam a segurança privada de Gritzbach naquele momento, devido ao problema mecânico, apenas um deles foi buscar o empresário, usando outro veículo, enquanto os outros três permaneceram com o carro quebrado no posto de combustíveis.

Gritzbach, foi alvo de mais de 20 tiros, de três tipos de calibre diferentes, incluindo de fuzil. Dez disparos o atingiram, dois deles no rosto. Ele morreu no local e os assassinos fugiram no mesmo carro com o qual chegaram. O veículo foi encontrado abandonado perto do aeroporto. Além do empresário, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também morreu.

A namorada afirmou ter ouvido os tiros e visto Gritzbach cair, mas não soube afirmar de onde vieram os disparos, pois fugiu na direção contrária para se proteger. Dentro do aeroporto, ela ficou com o PM Samuel, que posteriormente conduziu Maria Helena até a casa de Gritzbach, onde ela foi procurada pela Polícia Civil.

Nos primeiros depoimentos prestados, os quatro policiais militares eram responsáveis pela segurança de Gritzbach disseram que, instantes antes do ataque ao empresário, pararam em um posto de combustíveis para lanchar, enquanto aguardavam a chegada de Gritzbach.

Segundo eles, quando decidiram ir em direção ao aeroporto, uma das caminhonetes em que estavam não funcionou. Apenas um dos PMs teria ido até o local, acompanhado do filho de Gritzbach. Outro PM que acompanhou o empresário na viagem a Alagoas disse à polícia, nessa segunda-feira, não ter percebido qualquer movimentação suspeita no aeroporto, segundo seu defensor. 

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